“Tá lá um corpo estendido no chão.” Na verdade dois corpos.

Na nossa caminhada pelo Sudoeste, na busca de um contato pessoal com os eleitores de Brasília, nos deparamos ao vivo e a cores com a realidade descrita em cifras e estatísticas, esta semana, pelo Ipea. O Ipea, no trabalho Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil, que examina o período de 1995 a 2008, identifica nossa capital como a capital da desigualdade social. Apresenta o maior PIB per capita do país, mas também como um dos locais com maior desigualdade salarial.
Sobre a cerâmica fria de uma calçada em frente a uma lanchonete dois adolecentes por terra. Cansados pelo trabalho? Nocauteados pelo uso de droga ou alcool? Apenas com sono?É difícil saber a razão pela qual estes dois garotos se mostravam como se estivessem desfalecidos.
Entretanto, é chocante verificar dois jovens abandonados pela sociedade, jogados por terra,

sem perspectivas de vida, com apenas uma caixa de sapato para levantar algus trocados e sobreviver nesta selva de pedra.
O Brasil da Copa e das Olimpíadas poderia tratar sua juventude com mais atenção. E tudo isso aconteceu, no mesmo dia em que o Congresso Nacional promulgava mais uma mudança na constituição, introduzindo a JUVENTUDE como uma faixa etária merecedora da atenção do Estado. Será que os brasileiros todos não merecem a devida atenção do Estado. Será que é preciso especificar na constituição as faixas etárias, os gêneros, as etnias?
Por que não botar apenas que o brasileiro, independente de sexo, idade ou cor é a principal razão de ser e da atenção do Estado Brasileiro?