Por Paulo José Cunha

Agora chegou a vez dos flamboyants, que já andam se exibindo por aí. Tenho por eles especial apreço. Primeiro pelo nome – flamboyant, uma palavra carregada de volúpia… A outra é uma característica que torna únicas essas árvores: elas não crescem “pra cima”, e sim abaixam os galhos floridos, oferecendo-se a quem passa.
Aos flamboyants deste outubro, um pequeno poema pra inaugurar a semana. Um abraço!
Outubro
É preciso olhar
os flamboyants de outubro
como a última coisa
a fazer na vida.
Com o desespero, o mesmo
com que se abre um bilhete
na hora da despedida.
É preciso aprender
com a doação dos flamboyants,
que inclinam até o chão
suas flores vermelhas,
para se entregar melhor
ao ofício das abelhas.
É preciso apreciar
a flor dos flamboyants
e depois, sem mais a fazer,
simplesmente morrer,
com os olhos repletos
do sorriso das manhãs.
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