Texto baseado no Wiki Aves, a Enciclopédia das aves do Brasil. Fotos de Evando F. Lopes. Publicado originalmente no portal Águas Emendadas.

O Quiriquiri (Falco sparverius) também é conhecido como falcão-americano, falcão-quiriquiri, gavião-mirim (PE), gavião-quiriquiri (PE), gavião-rapina (NE) e gaviãozinho. Sua presença é reconhecida nas três Américas: desde o Alasca e Norte do Canadá até à ponta Sul da América do Sul (Terra do Fogo). No Brasil, ocorre em todo o território nacional, exceto em florestas. É o menor dos falcões e uma das menores aves de rapina do Brasil, ocorre em todo o território, exceto em áreas de floresta.

Como a maioria das aves de rapina, presta um grande serviço ao ser humano capturando cobras, lagartos, roedores, morcegos, pardais e filhotes de pombos, porém eventualmente pode capturar pequenos animais domésticos, mesmo em gaiolas, o que o torna alvo do ser humano, assim como o gavião-carijó.

Os falconídeos (do latim científico Falconidae) constituem uma família de aves pertencentes à ordem dos Falconiformes e inclui cerca de 60 espécies de aves de rapina, distribuídas em 10 géneros. Os falconídeos distinguem-se dos outras aves de rapina diurnas por matarem a presa com o bico e não com as garras. Para isso, possuem a ponta da parte superior do bico curvada.

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O falcão Quiriquiri se faz presente desde o Alasca e Norte do Canadá até à ponta Sul da América do Sul (Terra do Fogo), em todo Brasil, exceto em florestas. Fotos de Evando F. Lopes

Características

Mede de 23 a 27 cm de comprimento e pesa de 85 a 140 gramas. O macho é cinza azulado no alto da cabeça e asa, enquanto as costas e a cauda são marrom avermelhado, finamente estriadas de negro. Uma larga faixa negra sub terminal na cauda e ponta branca. As partes inferiores são brancas, com pontos negros no peito e barrigas, mais densos nos lados do corpo. Possui um desenho de lágrima, negra, abaixo do olho; uma outra linha vertical no lado da cabeça e um ponto negro na nuca.

A fêmea têm as costas e asas marrom avermelhada, com as estrias negras finas, sem o cinza azulado do dorso do macho ou a faixa negra subterminal na cauda. As partes inferiores são de tom marrom alaranjado claro, com riscos finos, verticais e negros, sem o padrão de pontos do macho. O desenho e cores da cabeça são iguais.

Hábitos

O Quiriquiri ocupa áreas semi-urbanizadas, margens de estradas e ambientes abertos, produzidos pela atividade humana. Nas áreas naturais, está na região de campos e de cerrados, evitando as matas, cerradões e formações de vegetação adensada. É muito ativo durante todo o dia, principalmente durante o período de reprodução.

Reprodução 

Ele cria seus ninhos (nidifica) em ocos de árvores, cavidades feitas por pica-paus, buracos em barrancos e até em cupinzeiros. A fêmea põe até 4 ovos que choca de 27 a 32 dias. Os filhotes voam entre 29 e 31 dias de vida e já apresentam dimorfismo sexual. Os filhotes já saem do ninho com a plumagem do sexo correspondente.

Ouça aqui o canto do Quiriquiri 

Alimentação

Caça a partir de poleiros fixos, naturais ou artificiais (como os fios ao longo da estrada) mesmo em ambientes urbanos. Durante a caça voa a pouca altura do solo, o que facilita a observação desta ave. Além de apanhar a presa a partir do poleiro, também costuma “peneirar” (vôo no mesmo lugar). Alimenta-se de lagartos e grandes insetos; ocasionalmente, apanha roedores, pequenas cobras e pequenas aves. A presa é capturada e morta no solo, sendo carregada depois para o poleiro.