Como na Física, na política parece que também prevalece a Lei de Coulomb, segundo a qual, no universo existe entre os corpos uma força que pode ser atrativa ou repulsiva, dependendo do sinal das cargas elétricas. Em 1783, o físico francês Charles Augustin de Coulomb descobriu que a energia existente na matéria seria atrativa se as cargas tivessem sinais opostos e, repulsiva, se as cargas tiverem o mesmo sinal. Positivo atrai negativo, mas negativo repele negativo, o mesmo acontecendo com duas cargas de natureza positiva.

Popularmente conhecida como sendo a lei da “atração e repulsão”, ela é simplificada pela afirmação de que os opostos se atraem e os iguais se repelem. Um flagrante de fotojornalismo captado pelo repórter-fotográfico, Jonas Pereira, durante a posse do ministro Felix Fischer, na presidência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, parece demonstrar que a Lei de Coulomb também é válida na política nacional, pelo menos, quando se trata de políticos que tiveram seus nomes envolvidos nos escândalos do bicheiro Cachoeira.

Agnelo e Perillo, ambos citados nas gravações de Cachoeira, foram colocados lado-a-lado na posse do novo presidente do STJ. Fotos: Jonas Pereira

Acompanhando-se as fotos, percebe-se que por algum infortúnio do destino, os governadores de Goiás e do Distrito Federal, respectivamente, Marconi Perillo e Agnelo Queiroz foram colocados  lado-a-lado na galeria de convidados pelo cerimonial do STJ. Mesmo tão próximos, os dois governadores evitaram cruzar os olhares. Olham paro o infinito, para evitar a realidade.

Alvaro Dias e Luiz Pitman se divertem com a situação.

Quem parece se divertir com esta situação é o deputado Luiz Pitman – PMDB/DF, da base política de Agnelo, e o senador Alvaro Dias, líder do PSDB no Senado Federal, mesmo partido político de Perillo. Reparem que enquanto toda a platéia olha para o lado esquerdo, mirando o local onde se desenrola a cerimônia, os dois parlamentares federais tem o rosto voltado para a direita deles: focam Agnelo e Perillo e soltam um largo sorriso gostoso.

A situação parece ter incomodado profundamente Agnelo Queiroz.

Quase de costas, um para o outro, os governadores fazem de tudo para não cruzarem nem os olhares.

Cada governador olhava para um canto, evitando um simples cruzamento de olhares,  o que implicaria em, pelo menos, uma troca cordial de saudações. Em outras situações, certamente os dois aproveitariam o momento para analisar ações conjuntas de desenvolvimento da região do Entorno do Distrito Federal, formada por municípios goianos.

Agnelo pulou para o canto oposto da fileira de poltronas do STJ, tentando dar um fim à incômoda posição de ficar ao lado do tucano Perillo.

Se num primeiro momento, Agnelo Queiroz obedeceu cegamento a marcação de assentos, realizada pelo cerimonial do STJ, numa segunda oportunidade, ele foi para o lado oposto da fileira de poltronas. Deixou, nada menos, do que quatro assentos desocupados separando lhe do governador tucano de Goiás.

Aluízio Mercandante, como por uma benção celeste, chega e se coloca entre os dois governadores citados na CPI do Cachoeira.

Para salvação da pátria, ou melhor, de Agnelo Queiroz, logo chegou o ministro da Educação, Aluizio Mercadante, que se sentou entre os dois governadores. Mercadante, voluntaria ou involuntariamente, acabou funcionando como um obstáculo físico para impedir uma eventual aproximação de Marconi Perillo, quem sabe para se despedir, para um “até logo”.

Como ser vê, ficou materialmente demonstrando que, como na Física,  também na política, os iguais se repelem.