A trama deste filme é antiga. O cidadão brasileiro já está cansado de vê-la. Foi assim com a Ambev, foi assim com o Pão de Açúcar, foi assim com a TAM e com a Schincariol. Isso sem falar com um monte de outras empresas, como a Maguary, a suco Mais … a lista seria infindável e não caberia neste blog se fosse relacionar cada uma das empresas nacionais que ao ganhar um pouquinho do mercado nacional, rapidamente é vendida para o capital international . Até a cajuína e o guaraná Jesus, quem diria, já não são mais nordestinos. Agora quem responde por eles é a Coca Cola, cuja matriz fica em Atlanta, Estados Unidos. O capital internacional, apesar da crise por que passam Europa e Estados Unidos, guarda folego suficiente para comprar as pedras preciosas nacionais.
E não me venham os liberais com aquele velho discurso que no mundo globalizado e no capitalismo as coisas são assim mesmo. Não o são.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos impediu a aquisição da cervejaria mexicana Grupo Modelo pela Anheuser-Busch InBev ( a dona da Ambecv), por US$ 20 bilhões, sob o argumento de que o acordo não atende aos interesses do consumidor norte-americano. A Modelo é a produtora da cerveja Corona.
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No Brasil, a bola da vez é a Oi Telecom – na verdade a antiga Telemar Telecomunicações, ficou com a fatia do Nordeste na privatização da Telebrás. A OI foi turbinada no governo Lula para comprar a Brasil Telecom e formar o que seria a maior empresa brasileira de telecomunicações. Claro, que ainda com a presença de capital Internacional, representado pela Portugal Telecomunicações, cuja ironia do destino decidiu atribuir a abreviatura de PT. Hoje a PT é o maior acionista da Oi, detendo cerca de 25% do seu capital. Já a operadora brasileira é um investidor de referência do grupo luso, no qual detém uma participação de 10%. O BNDES e um grupo econômico La Fonte Telecom S.A, comandado pela família do ex-senador Tasso Jereissati.
Especula-se que seriam exatamente as ações do grupo cearense que poderiam passar para as mãos dos portugueses. A revista Veja divulgou que a PT estaria tentando comprar as fatias de Carlos Jereissati e Sérgio Andrade na Oi, assumindo assim o controle da companhia. O valor da transação seria da quase R$ 2 bilhões.
A Portugal Telecom (PT) e a brasileira Oi já teriam contratado dois bancos de investimento para analisarem as possibilidades de maior integração entre as duas empresas, informa o portal de notícias lusitano Portugal Digital. “Segundo a edição desta quinta-feira, 24/1, do Jornal de Negócios, de Portugal, o BES Investimento e o Pactual vão assessorar as administrações da PT e da Oi no aprofundamento de relações entre as duas operadoras” – informa o portal.

Memória
Após a fusão com a Brasil Telecom (BrT), a Oi se viu imersa em uma gigantesca dívida que alcançou o montante líquido de R$ 20,96 bilhões em junho de 2010. Para fazer frente a esse rombo, inicialmente a Oi/BrT passou a viver sob as abas do BNDES e do Banco Brasil. Depois, a nova “solução” encontrada por seus controladores foi desnacionalizar parte da empresa.
Segundo o semanário lusitano “Sol” as duas empresas estariam preparando uma operação de integração da PT e da Oi para a criação de um grande operador de comunicações luso-brasileiro. A Portugal Telecomunicações nega. Divulgou um comunicado ao mercado garantindo que “não existem planos que contemplem a compra de controle ou a realização de uma oferta pela Oi por parte da PT”.
Apesar das negativas, em Portugal, o “Sol” indicou ainda que o presidente da PT, Zeinal Bava, será o futuro líder do grupo resultante da aliança com a Oi e, segundo o “Jornal de Negócios” caberá à operadora portuguesa a escolha do diretor executivo da Oi no Brasil.
Boatos daqui, negativas dali. O mais grave é que tudo indica que mais uma empresa atuante em setor estratégico no Brasil tende a passar para as mãos dos estrangeiros. Vale lembrar que Embratel e Claro são do megaempresário mexicano Carlos Slim, a Tim é de controle Italiano e a Telefônica de São Paulo, que em 2010 comprou a Vivo por R$ 17,2 bilhões da mesma Portugal Telecom, é controlada pelo capital espanhol.
Para um país que busca ser um player mundial não possuir uma única empresa sequer de telecomunicações, chega a ser humilhante. É bom lembrar, que antes de ser fatiada e privatizada, a Telebrás estava entre as cinco maiores empresas de telecomunicações do mundo.
Vamos ver se a exemplo da Ambev – com a Brhama e Antártica -, Pão de Açúcar, Tam, as dezenas de usinas de etanol e tantas outras empresas nacionais, o governo brasileiro vai ficar assistindo a banda passar.