Texto baseado no Wiki Aves, a Enciclopédia das aves do Brasil. Fotos de Chico Sant’Anna e de Evando F. Lopes*.
A curicaca (Theristicus caudatus) é uma ciconiiforme da família Threskiornithidae. Seu nome popular é onomatopéico, semelhante ao som do seu canto, composto de gritos fortes. Conhecida também como despertador (Pantanal), carucaca, curicaca-comum, curicaca-branca e curicaca-de-pescoço-branco.
Características
Mede aproximadamente 69 cm de comprimento e 43 cm de altura. É uma espécie grande de coloração clara e asas largas. Durante o vôo exibe grande mancha branca sobre o lado superior da asa, e o lado inferior é inteiramente negro. Bico longo, curvo, preto na base e verde na ponta. Pernas altas. A garganta é nua, preta, bem como a área ao redor dos olhos. Normalmente o curicaca é protegido pelos agricultores como um controlador biológico, não deixando que se acentue o número de pequenos animais considerados nocivos.
Prefere os campos secos, pastos (inclusive campos de aviação). Também habita áreas florestadas. Constrói seus ninhos em ocos de árvores. Vive na mata de beira de rios, como o Negro e o Madeira, na Amazônia. Sua presença e registrada do Norte da América do Sul, na Colômbia, até o extremo Sul, na Terra do Fogo e também nos Andes.
No Brasil, embora alguns sítios da internet afirmem que ela é restrita à Bacia Amazônica, norte do Mato-Grosso e Leste do Maranhão, as imagens deste post, colhidas no Distrito Federal, comprovam que, pelo contrário, a presença da Curicaca é bem mais ampla no território nacional.
Tem hábitos diurno e crepuscular. Plana a grandes alturas, voa com o pescoço levemente curvado para baixo. As asas dispõem-se côncavas como grandes conchas. São sociáveis, chamam atenção quando se reúnem para dormir ou quando se deslocam para lugares distantes para comer.
Emitem fortes gritos, curtos, do timbre igual a uma galinha-d’angola. O casal e o bando que se reúnem para pernoitar gritam juntos. No auge do vozerio jogam a cabeça para trás.
Ouça aqui o canto da Curicaca
Alimentação
Ela procura lugares em que ocorreram queimadas em busca de alimento. Alimenta-de frutas, insetos, principalmente gafanhotos, aranhas, centopéias, lagartixas, cobras, e até de ratos. Come às vezes sapos (Bufo granulosus), fato interessante, pois o veneno desse sapo é mortal para a maioria dos animais quando ingerido (exceto para a boipeva – Xenodon merremii). Para extrair larvas de besouro no solo, mergulha o bico na terra fofa até a base.
Reprodução
Os indivíduos associam-se em colônias. Nidificam sobre rochas ou árvores existentes nos campos. Os ovos são brancos ou pardacentos salpicados. Põem cerca de 5 ovos. A incubação é de 20 a 25 dias. O casal reveza-se para cuidar dos filhotes, que são alimentados por regurgitação.
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*As fotos de Evando F. Lopes* foram publicadas originalmente no portal Águas Emendadas.
Olá, sou Evandro do Paraná, e avistei essas aves chamadas Curicacas, no meu quintal, filmei e bati algumas fotos, elas também estão no Parana, divisa com Santa Catarina. Valeu.
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Obrigado pela informação Evandro.
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Vi um par dessas aves aqui na ponta da Asa Norte, na 16. Achei tão curioso e diferente que resolvi procurar sobre elas, e acabei encontrando seu blog. Valeu pela informação!
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Sou de Porto Alegre e, em visita à cidade de Cambará do Sul, nordeste de meu estado, vi e fotografei algumas destas aves em um campo de futebol.
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Estas aves estâo em grande número no cemitério Campo da Esperança em Brasília, mas nunca escutei o canto delas. Vivem pelos gramados em meio as lápides se alimentado de insetos de manhã à tarde.
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também avistei uma ave dessas no meu jardim, na cidade de Caxias do sul, RS.
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Chico, crio galinhad. Gostaria muito de criar as galinhas brasileiras, mas a legislação ambiental faz tantas exigências que, na prática, impede um agricultor ou quem tiver interessado em criar esses animais. Para cumprir as exigências, é necessário um grande investimento para regularizar um criatório comercial ou científico. Estou me referindo às diversas espécies de jacu, mutum, Jacutinga, perdiz e outros galináceos nativos do Brasil. Você poderia sugerir ao especialista uma série com essas aves. Mutum eu nunca vi, mas jacus e perdizes já vi no DF. Eu acho que essa legislação ao criar muitas exigências para permitir a criação, favorece a extinção dessas espécies porque a caça predatória existe, a fiscalização, sem condições de trabalho, não consegue coibir e os animais vão sumindo, até porque os ambientes naturais estão sendo destruídos. Abcs
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Bela pauta, Sigmaringa.
Uma vez que vc é conhecedor do tema e jornalista, já deixo contigo essa missão. Manda brasa
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