De um lado a Base Aérea de Anápolis, que hoje usa os caças mirages, do outro, um centro lançador de misseis anti-aéreos de guerra, em Formosa. Governo Federal resguarda
o DF de ataques bélicos
Do Correio Braziliense
Formosa começou a ser ocupada por pequenos comerciantes no século 18, quando era ponto de passagem para tropeiros. Quase 300 anos depois, a cidade goiana, distante 75 km de Brasília, é um grande celeiro de grãos. E, depois das mulas dos viajantes, do gado dos grandes fazendeiros do século passado e das máquinas agrícolas de hoje, objetos voadores identificados começam a fazer parte do cenário. Abandonado por décadas, o aeródromo local está ficando pequeno para tantos helicópteros e aviões de pequeno porte vindos do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek em decorrência das altas taxas e da falta de hangares. Se não bastasse, o município de 102 mil habitantes vai se transformar no maior e mais moderno centro de lançamentos de foguetes bélicos do país.
Em Formosa, fica o 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes e Campo de Instrução do Exército Brasileiro (6º GLMF). Nas dependências da unidade, serão construídas outras duas, especializadas em mísseis e foguetes e destinadas a operar o Astros 2020, uma das sete prioridades estratégicas no processo de modernização da força terrestre do Exército. Chamada de Forte de Santa Bárbara, a nova base receberá o avançado míssil AV-TM, de fabricação nacional, com alcance de até 300 quilômetros e lançado por terra, de blindados. As obras, segundo o Exército, começam neste semestre, com conclusão prevista para 2018 e um custo total de R$ 1,246 bilhão.
O projeto vai criar 6,6 mil empregos diretos e indiretos em empresas instaladas no estado de São Paulo, onde será desenvolvida a tecnologia e fabricado o foguete. O Exército também estima que cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos serão gerados na área da construção civil em Formosa, com a ampliação da unidade de lançamento de foguetes e a edificação de vilas militares na área urbana. Quando tudo estiver pronto, haverá um acréscimo de 1,5 mil militares no efetivo do 6º GLMF, que atualmente tem pouco mais de 200. Sonhando com esses números, empresários locais e de Brasília, principalmente do setor imobiliário, já fazem grandes investimentos no município goiano.