Maquete de como deve ficar a Esplanada dos Ministérios, aprovada no Conplan a pedido do governador Agnelo Queiroz.
Por Conceição Freitas, publicado originalmente na Cronica da Cidade – Correio Braziliense
A insistência com que se articula a aprovação do PPCub esconde mistérios tenebrosos, todos ligados a megaprojetos da construção civil. O mais estapafúrdio deles é o que propõe a construção de um estacionamento subterrâneo na Esplanada dos Ministérios. Se aprovado, é fácil prever o futuro: será o mesmo do Mané Garrincha, obra com indícios de superfaturamento, conforme aponta o Tribunal de Contas do DF. A arena mais cara da Copa custou R$ 431 milhões a mais do que o estabelecido.
O Mané Garrincha que se pretende construir debaixo da terra é um projeto do atraso. Há mais de uma década que o mundo desenvolvido vem aprendendo e ensinado sobre mobilidade urbana. A cidade que já nasceu de um equívoco, o da técnica rodoviária predominando sobre a escala humana, repetirá o mesmo erro, quase 60 anos depois e, desta vez, por deliberado anacronismo.
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Quando projetou uma capital que privilegiava a indústria automobilística, doutor Lucio acompanhava as ideias de seu tempo: naqueles anos 1950, as metrópoles reverenciavam o automóvel, embora, em muitas delas, o transporte coletivo já fosse eficiente.
Enquanto as cidades com melhor qualidade de vida no planeta buscam soluções de transporte multimodal, Brasília insiste em estimular o uso do transporte individual, numa cidade dominada por uma trama viária que facilita a busca de soluções contemporâneas sustentáveis, sem a necessidade de desapropriações, demolições e outras soluções mais catastróficas e dispendiosas.
Ônibus, micrônibus, VLT, BRT, metrô, trem, lambreta, bicicleta — a interligação de todos esses meios de transporte tem sido a solução adotada nas mais funcionais metrópoles do planeta. Enquanto isso, na capital do urbanismo moderno se insiste em esburacar a Esplanada para atender a 7,5 mil (ou 10 mil, que seja) servidores que têm dificuldades de estacionamento nas proximidades da repartição.
A obsessão pela vaga subterrânea vem desde o último governo Roriz, alimentada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que acima e além de tudo, queria ver suas obras erguidas, fossem para o bem ou para o mal da cidade. Quando veio à capital em meados dos anos 1990, Niemeyer não gostou de ver a Esplanada poluída de carros estacionados ao longo da via e entre os ministérios. Escreveu longo artigo, publicado neste Correio, defendendo um projeto subterrâneo.
Não será a obsoleta, elitista e milionária escolha pelo estacionamento no subsolo da Esplanada que vai despoluir a mais importante avenida de Brasília. Todos já sabemos que quanto mais vagas, mais carros; mais congestionamento; mais avenidas, mais carros, mais congestionamentos. Só o PPCub não sabe ou faz de conta que não sabe.
Caro Chico Sant’Anna, inicialmente lhe informo que sou um simples funcionário público, sem ligações políticas e que não trabalha na Esplanada. Após essa breve consideração, me permita fazer algumas ponderações sobre o afirmado em seu texto.
Primeiramente, você compara o projeto em questão à construção do Mané Garrincha, sugerindo que será instrumento de corrupção por meio do generalizado superfaturamento. Ora, sendo assim, dentro desse magnífico raciocínio, deveríamos preventivamente exigir do governo que não mais fizesse obras públicas, pois assim não seríamos lesados por meio da corrupção a elas inerentes, o que é um absurdo!!! Será que não estamos precisando de infraestrutura? Ou será que somente nessa obra haverá desvio de verbas públicas? Talvez vossa excelência saiba?
Outrossim, sua aplicação da sua premissa de “quanto mais vagas, mais carros”, em qualquer direção que aponte, me leva a conclusões incoerentes. Senão vejamos: por este prisma, se o estacionamento subterrâneo não for construído a população do DF vai comprar menos carros, certo? Não acredito… Ou será que o GDF está construindo vagas que não conheço e por isso a população está comprando mais carros? Acho que não… Pois bem, eu acho que todos no DF que têm condições usam veículos para fugir do péssimo transporte público e não porque tem mais vagas, logo sua premissa é uma falácia!!! Nesse sentido, pretendo continuar usando meu carro e gostaria, sinceramente, que fossem construídas as vagas subterrâneas. Consigno, ainda, que em Paris, que tem um eficiente transporte público, possui vagas subterrâneas na Champs Elise, por que na Esplanada não pode ter? Por fim, imagino que você anda de ônibus, metrô, bicicleta ou lambreta, do contrário, posso afirmar que você é um hipócrita do tipo que diz “faça o que digo, mas não faça o que faço!”
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Caro Rafael
Grato pela sua interação aqui no blog, este espaço é para isso mesmo, o debate sobre nossa Brasília.
Quero salientar, que o texto que você comenta não é de minha autoria. Como pode ser visto no cabeçário do texto, sua autora é a jornalista Conceição Freitas.
Mesmo não sendo de minha autoria, o fato de publicá-lo é representa uma concordância com seu teor e por isso colocarei aqui alguns dados que podem melhor te posicionar.
O custo desta obra está estimado em R$ 800 milhões. Com este dinheiro, o GDF poderia implantar o VLT em todo o Eixo Monumental, interligando a rodoferroviária ao Congresso Nacional, reduzindo imensamente a necessidade de estacionamentos na Esplanada dos Ministérios.
Mesmo que a obra não venha ter superfaturamento, devemos considerar que o GDF que fazer uma Parceria Público Privada – PPP que mais parece um convênio caracu.
O GDF entraria com o terreno, valiosissímo, construíria toda esta mega estrutura para mil carros – e há informações que um shopping subterrâneo também seria erguido – e entregaria a iniciativa privada para administrar. Assim, até eu administro.
Além disso, esta supergaragem teria a capacidade para 10 mil carros. Dez mil carros é o volume de novos carros emplacados a cada mês no Distrito Federal. Ou seja, um mês depois de pronta, a garagem já não mais daria resposta as necessidades de mobilidade urbana do DF.
É por isso, que considero equivocada a iniciativa de se gastar milhões em um grande estacionamento. Minha opinião é pelo investimento massiço em transporte público de qualidade, preferencialmente, sobre trilhos: metrô, trem regional para o Entorno e VLT no Plano Piloto.
Um abraço e grato por acompanhar o blog
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Ok, ante as informações concordo que o projeto, que não conheço, pode ser ruim. Mas porque esses argumentos não foram expostos se pretendia-se atacar o projeto? Não é porque o projeto de implantação é ruim, que a idéia seja ruim. As premissas utilizadas são absurdamente ridículas, o que leva a rejeição imediata do texto. Também não foi colocado em lugar algum a informação de que o modelo de transporte público sugerido pela autora tenha sido colocado como alternativa e que, acaso implantado, seja feito de forma adequada. O único ponto que concordo do texto é que Brasília foi pensada sobre o modelo de transporte do carro, particular, mas não tem estacionamento adequado em quase lugar algum, logo precisamos de mais vagas.
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Caro Rafael Sampaio
Como lhe falei, o texto não é de minha autoria. Talvez a autora tenha sido premida pelo espaço limitado – sempre uma ditadura nos jornais – e tenha considerado que estas outras informações, por estar no corpo do jornal Correio Braziliense, já fossem de conhecimento público. Mas tudo isso é especulação de minha parte.
De qualquer maneira, convido a continuar a ler e debater este tema aqui no nosso blog. Em breve deveremos ter novidades sobre o assunto.
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Rafael Sampaio, seu argumento foi péssimo!
Péssimo!
Leia sobre mobilidade urbana relacionado à grandes metrópoles como N.Y. e Paris por exemplo antes de ser do contra, apenas por ser do contra!
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Ou então foi só pra aproveitar o espaço para dizer que vc é funcionário público e conhece Paris? eih! Pode ser einh!
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Caracas Como esse Rafael Sampaio é sem noção!!!!
É por pensamentos como esse que o nosso país não anda e não muda. Ao invés de investir milhões e milhões nesse estacionamento, por que não investem em transporte publico, colocando um transporte digno e muito MODERNO, com certeza diminuiria o tráfego de automóveis!! Mas a pessoa pensa que fazer um estacionamento subterrâneo é a solução, e ainda nos compara com PARIS. ACORDA Rafael aqui é Brasil nós não temos saúde, educação, segurança e muitas outras coisas, melhor dizer tudo. Estamos longe de sermos comparados a PARIS… se não temos segurança em estacionamento comum, quem dirá nesse subterrâneo. Você acha que terá segurança???
ai você vem dizer um monte de abobrinha… a cada dia que passo desacredito mais e mais da politica e das autoridades do nosso país! Mas os únicos que podem mudar isso somos nós, mas desse jeito nunca vai mudar! Sua premissa que é uma falácia!!!
A obra do estádio Mané Garrincha foi somente para enriquecer empreiteiros e a copa será para enriquecer ainda mais a FIFA. Foram R$431 milhões de desvios, e você acha que não haverá desvio em uma MEGA construção como essa? Haverá muito mais!!!
Brasília deveria ser um modelo de cidade em todos os sentidos mas isso esta extremamente longe de acontecer!!!
Quero parabenizar essa publicação.
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Sem contar os gastos com a manutenção desse “mega-ultra” estacionamento. Já pensaram se um carro pega fogo lá embaixo? Furtos, roubos? Quem vai fazer o controle do estacionamento? O GDF e a sua incrível capacidade de não cuidar de nada?
Hum, sei… então para manter as coisas minimamente conservadas será necessário contratar uma empresa e possivelmente cobrar pelo estacionamento. Beleza, mas será que compensa gastar tanto dinheiro assim?
É uma obra muito cara para tão pouco benefício. E mais, vai ter uma hora que os carros vão precisar brotar da terra e aí tome mais engarrafamento no horário de pico.
Uma ideia muito ridícula. Tão ridícula que é conhecida como ideia do Roriz. Enquanto isso, os ônibus do DF continuam sujos em plena segunda-feira. Fiscalização, bom senso e zelo com a cidade faltam demais em Brasília. Cito como exemplo do desleixo o Teatro Nacional e seu entorno… é muita falta de cuidado, tudo largado. Pra fazer uma obra, demorou-se quase todo o governo. Deveria fazer uma concessão do espaço para que alguém preserva aquele lugar minimamente.
O Museu da República todo manchado, a Rodoviária do Plano Piloto é a coisa mais anos 60 de Brasília, parou no tempo. Aquilo é uma vergonha. Colocam um bocado de monitor que pouco ajudam, mas organizar e tornar o espaço agradável, nada! Escada rolante que não funciona. Os comércios todos com aparência lascada.
Brasília é bonita vendo de cima. Tenha acesso a um prédio alto da esplanada e você verá que é fantástica, pois não dá pra ver os “detalhes” do abandono.
Brasília é capital da nação e mostra a nossa cultura do desleixo.
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Parabéns Chico! Excelente texto!
Vergonhoso para um arquiteto e urbanista como eu que mora na capital desde 1999 e assistindo de camarote a propagação do erro urbanístico e o enriquecimento de empreiteiras!
Tenho muita vergonha dessa capital!
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Caro Renato.
O Texto é da Conceição Freitas, cronista do Correio Braziliense.
Acho vergonhoso também, mas não tenho vergonha da nossa Capital. Tenho vergonha dos espertalhões que a tem tomado de assalto.
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Eu não consigo entender porque de não fazem Metro na Esplanada? Estacionamento subterrâneo e falta da integração de transporte público!!! Isso é um retrocesso!!!
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Precisamos de soluções mais inteligentes e pra mim também não é a construção desse estacionamento, nem de mais pistas. Sei que as pessoas continuarão por um bom tempo comprando carros, mas elas podem usar seus carros somente para passear, vcs podem perceber que quase não há engarrafamento fim de semana, pq nem todo mundo vai pro mesmo lugar, a não ser feriados prolongados que a saída sul engarrafa. Mas não é nada que não se tenha outras opções como sair mais cedo. O transporte coletivo pode não ser a única solução do mundo, mas é a mais utilizada em países mais evoluídos. Já temos muitos estacionamentos planejados, situação que não deve ser a de Paris, por isso a necessidade de se fazer estacionamentos subterrâneos. Sou uma cidadã que procuro andar de ônibus e não compro carro zero, tenho a esperança de que com isso não estímulo a fabricação de novos carros, por que também fico muitos anos com mesmo carro. Até moto já comprei e usei, mas o desrespeito é tão grande por parte dos outros motoristas de carros que não vale a pena se sacrificar.
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Este ano tive que voltar a andar de carro, porque meu filho entrou na escola, daria pra pega-lo de ônibus, mas com tanto engarrafamento não teria como chegar a tempo, infelizmente onde eu moro não tem faixa exclusiva para ônibus
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Caríssimos debatedores !
1º) Qualidade e eficiência são requisitos óbvios para qualquer meio ou sistema de transporte seja “transporte publico” ou individual .
Proponho um novo pensar, fora da “caixinha” comum, veremos que nossos “transportes públicos” já nascem como anomalias. Assim, sem nos apercebermos estamos “tratando a febre” e não a “doença” (essa doença cresce muito mais rápido que podemos baixar a febre, em todos os membros desse interminável “corpo” chamado população humana).
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2º) Ouve-se bastante urbanistas “formados” apelarem por transporte público, mas quem vai usá-lo ? O público ? Então, Perguntem aos seres humanos se desejam ser livres , ou viver “enlatado” ? Naturalmente, seja em transporte público ou individual , já Sabemos qual será a resposta (o ser humano, sua natureza intrínseca e imutável, busca mais pernas, rodas, asas, nadadeiras, turbinas, … para o infinito).
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3º) Única saída:
PROTOCOLO DE JOINVILLE CONTRA A EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA MUNDIAL* .
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Ações pontuais e ativistas são importantes e necessários, mas uma população de 7,5 bilhões de humanos vorazes é demais e está aumentando geometricamente , mais 150 milhões pessoas / year
Only solution :
JOINVILLE PROTOCOL AGAINST WORLD DEMOGRAFIC EXPLOSION.
(Portuguese language , help us for tolher languages).
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