Por Luiz Martins da Silva
O beijo não dado, memória,
Será dos valores maiores,
Não de uso, não de troca,
Mas, valia ainda morna
Do apropriado símbolo,
O jogo do co-jogado.
Marca emoliente de gesso,
Para sempre no passado,
Argamassa de ternura,
Mas, congelado lampejo;
Remanso, balseiro de rio,
Curso exumado de lava.
Natureza prenhe, larva;
Esboço de tinta e pincel,
Frio esforço de fervura,
Gesto à espera de gesta
De loa em toada de gente,
Verve de verbo divino.
Assim, o beijo não findo,
Todo dia será plano,
No delírio do almejo,
Azulejo, cena, sonho,
Enredo perdido, inconcluso,
Livro sem número de páginas.
Lindo mestre!
CurtirCurtir