Por Ana Rossi
Na calada da noite, Negrinho estava lá,
vigiando o cavalo baio do patrão, no
passo de quem não sabe se volta,
mas ele voltará, para aquelas terras de lá.
Sem esporas de prata, o Baio, o preferido,
no rastro da noite, fugiu e se foi.
Negrinho atrás foi, não encontrou.
Apanhou de chicote, a pele chorou.
À noite, no formigueiro, o calvário
continuou. Seus lamentos ouvidos
por Nossa Senhora, não foram em vão.
Quando de manhã voltou o patrão,
o Negrinho de pele sadia, reconstituída,
esperava por ele, rastro de luz na pampa.