
Da Ascom/MPDFT
O valor mínimo do prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 1,6 milhão. O total global ainda não pode ser aferido, pois os serviços se estendem até os dias atuais.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT ajuizou, ação de improbidade administrativa contra ex-gestores da Companhia Urbanizadora da Capital (Novacap) e contra a empresa Greenleaf Projetos e Serviços S/A por irregularidades no Contrato nº 669/2012, referente a implantação, drenagem, irrigação automatizada e manutenção, por quatro meses, do gramado do Estádio Nacional de Brasília. Durante o processo licitatório, foram realizadas diversas alterações qualitativas e quantitativas após a contratação da empresa, que culminaram na quebra da isonomia da licitação e elevaram o custo do contrato de R$ 5,9 milhões para R$ 6,6 milhões.
Leia também:
- Custo do Mané Garrincha chega perto de R$ 2 bi e ainda não acabou
- Copa 2014: TCDF suspende licitação de telões do Mané Garrincha
- Órgão da ONU inicia compras de serviços e equipamentos para o Mané Garrincha
- Estaria o GDF usando a ONU como “laranja”?
- Orçamento 2012: Agnelo dá mais verba ao Estádio Mané Garrincha do que à Saúde
- Copa 2014: Mané Garrincha poderia custar R$ 360 milhões a menos
- Copa 2014: Mané Garrincha será o estádio mais caro da Copa
- Estádio Mané Garrincha: 30 mil anos para pagar
Na ação, aparecem como réus o engenheiro civil e administrador de empresas Nilson Martorelli, ex-presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – Novacap; Maruska Lima De Sousa Holanda, ex-diretora de obras da Novacap e ex-presidente da Terracap, empresa que custeou as obras do Mané Garrincha; Evandro De Souza Machado, ex-diretor finaceiro da Novacap; Luiz Rogerio Pinto Goncalves, gerente de fiscalização da empresa; e Josimar Ferreira Evangelista, servidora da empresa e responsável técnica pelo orçamento da obra, além da empresa Greenleaf Projetos E Servicos Sa
Um rolo de grama
Segundo apurou o Ministério Público, foram alterados elementos fundamentais da contratação, como o tipo de plantio (de semeadura para plantio por rolo) e a espécie de grama, o que gerou um acréscimo de 663% no valor do serviço. A grama plantada passou de R$ 12,44/m² para R$ 82,60/m². Sem contar que as mudanças ocorreram em desacordo com as orientações da Fifa. Além disso, o serviço mais caro do contrato refere-se ao aluguel do equipamento de iluminação suplementar artificial que, conforme consta na ação, foi cedido à Greenleaf pelo Clube Botafogo pelo custo de R$ 36 mil mensais e repassado à Administração Pública por R$ 219 mil mensais, num custo total de mais de R$ 1 milhão.
Foram identificados, ainda, jogos de planilhas relativos a supressões de quantitativos de serviços e a ilegal antecipação de pagamentos por material posto na obra. Além disso, foram constatadas a falta de planejamento e a gestão ineficiente da Novacap no que tange aos diversos contratos relativos ao Estádio e a falta de capacitação de seus funcionários para a manutenção do gramado.
Na ação, os promotores de Justiça destacam estudo comparativo desenvolvido pelos auditores do Tribunal de Contas do DF (TCDF) que aponta a disparidade entre os valores pactuados no Contrato nº 669/2012 e aqueles firmados pela empresa Greenleaf nas demais arenas construídas para a Copa do Mundo com recursos públicos. O estudo demonstra que os preços praticados na arena da Amazônia (Amazonas) e no Maracanã (Rio de janeiro) correspondem, respectivamente, a 58% e 69%, do preço praticado em Brasília.
De acordo com a ação, o valor mínimo estimado do prejuízo aos cofres públicos é de R$ 1,6 milhão, uma vez que o total sequer pode ser aferido, pois não se limitou ao contrato, estendendo-se até os dias atuais. A forma de plantio, a espécie de grama do campo de futebol e a ausência de quadro de pessoal próprio da Novacap para a realização de manutenção repercutem até hoje.
É…trocaram o tipo de plantio do gramado de semeadura para o plantio de um rolo enorme com o dinheiro público. E lembrar que muitos jovens apanharam da PM quando protestavam nas ruas de Brasília durante a Copa das Nações e a Copa da Fifa. Enquanto a PM batia no povo, alguém batia a carteira do contribuinte.
CurtirCurtir