Por Luiz Martins da Silva
Meu amor me ensinou a ser simples / Como um largo de igreja
Oswald de Andrade (Ditirambo)
Ultimamente, muita coisa,
Via Láctea congestionada.
Quase não tenho ido à Lua.
Marte, então, só de vê-lo,
Dói-me, tal pouco zelo,
Vermelho-saudade.
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De longe, o Brasil é um ponto.
Sua Capital, quase tonta,
Um Plano sem piloto.
Ontem, patético estudante,
Portava, sabe o que?
No rosto, revolução dos cravos.
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Em cada orelha, uma asa.
Hypnos, delírios no espelho.
Hoje, filhos é que são Narcisos.
Nunca me multipliquei tanto!
Tantos braços quanto deusa
Indiana, brasiliana, umbigo, ventre.
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Ser sóbrio me embaraça.
Mas, também com tantos mimos!
Eu, insisto, sei que nada sei,
Mas, persistem na demência.
Perguntam, e eu respondo.
Brincadeira mútua, de alunos.
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Eu nada lhes direi sobre o amor.
Sequer do seu anverso, a dor.
Cada um que toque a sua lira.
Eu aposto: Eros, 7; Tânatos, 1.
Duvida das dúvidas da vida?
Pois, deixe seu coração bem na mira.