Poema de Luiz Martins da Silva. Foto de Rui Castro
Desde um Brasil remoto, ainda tupi,
Já éramos campeões, aqui.
Bravos, guerreiros de sempre,
Batalhas sem medalhas.
Tudo que se fez foi resistência,
Desde uma prévia existência
Aos que já vieram brasileiros
E, outros, brasilienses.
Contra a fome, contra a febre,
Contra a fera, contra os nomes
Impostos, mas, não depostos.
Há os que já chegam impondo.
O Brasil, para inglês ver.
Agora, dever para os australianos.
Acabamos por descobrir:
O autralopitecus é daqui.
Num solo tão rico de rios
Não riam do Rio, que é de tanto riso.
De janeiro a dezembro, quanta alegria,
Dançando e se virando, nas tintas.
Hoje, esta música vai pra Dona Olímpia,
Que acorda às quatro e trinta
Prepara marmitas e destino.
À noite, volta aos pequeninos.
Recordistas somos aos milhões,
Sob o calor do batente, medalha de cobre.
Quase 300 nações, aldeias sem porte de vila.
Outrora, foi Vila Rica. Por ora, modesta, mas olímpica.