Com ferramentas alternativas, alunos esculpem aves do cerrado. Valoriza-se a identidade cultural e aprende-se sobre a preservação das espécies.
Com base no texto de Israel Carvalho, publicado originalmente no Portal Gama Cidadão. Fotos de Milene Sodré.
Bem-te-vi, João-de-barro, Canário-da-Terra, Papagaio, Tucano, Coruja, Pintassilgo e Pica pau.
Essa aves são o foco do projeto Arte da Terra, que começou pela Estrutural e agora atua com os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e Deficientes de Taguatinga e Ceilândia – Apaed. A iniciativa conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura – FAC.
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A iniciativa consiste em formar escultores que trabalham na confecção dessas oito aves brasileiras em argila. As oficinas com trabalho em cerâmica objetivam formar novos artesãos escultores através do ensino: Pretende-se com isso proporcionar aos alunos uma ocupação que lhes possibilite uma fonte de renda, o resgate da auto-estima e a inclusão social. Além, é claro, de aprender sobre a fauna local do Distrito Federal, produzindo pássaros artesanais.
Os trabalhos se valem de ferramentas alternativas, os alunos valorizam a identidade cultural, aprendem sobre a necessidade da preservação das espécies assim como divulgam a fauna e arte local.
Neste curso o aluno desenvolve sua criatividade e sensibilidade que, conquistadas no manusear o barro, também ajudam a dissolver problemas somatizados e a aprimorar a habilidade psicomotora.
Segundo Michele Sodré, artista plástica coordenadora do projeto: “vários são os motivos que fazem as pessoas se interessarem pelo curso, mas o mais importante é que independente do motivo, a pessoa resgata o sentido de observar e contemplar a natureza e assim retomar o foco de si e afastar o estresse do dia a dia. E as aves são fonte de beleza e inspiração que muitas vezes são avistadas de nossas varandas e janelas, mas que nós não notamos devido a problemas ou a correria da vida atual.”
O professor do curso, o escultor e artista plástico John Du Francis, desenvolveu uma técnica que facilita o aprendizado do aluno, a técnica dos “5 toques”. Desta forma o aluno modela o pássaro rapidamente e se surpreende com o resultado:;
“Não tem aluno que pegue na argila e não saia com um passarinho de autoria própria na mão, e o aluno, vendo-se capaz de fazer algo que nunca imaginou fazer, eleva sua confiança e auto estima fortalecendo o sentimento de capacidade para os diversos campos de sua vida” – explica.
O curso proporciona além de diversos benefícios físicos e mentais, um grande incentivo ao turismo e geração de renda através da produção de artesanato. “Esta arte, típica de um determinado local e feita pelas próprias mãos de seus artistas é o retrato mais fiel de uma região, por isso, exaltar a natureza através do artesanato é um complemento perfeito para mostrar a identidade de um povo e destacar suas belezas naturais”, afirma Michele.
Serviço:
A Apaed localiza-se na QNM 29, modulo “D”, Área Especial – Ceilândia Sul.