img-20170110-wa0065Na próxima semana, dia 17 de janeiro, o Lixão da Estrutural, considerado o maior da América do Sul, será fechado. A Estrutural não mais receberá resíduos sólidos e toda a coleta do Distrito Federal será destinada ao aterro sanitário de Samambaia. O fechamento do lixão é comemorado por ambientalistas, mas preocupa lideranças comunitárias da Estrutural. A interrupção dos descarregamentos pode representar mais que o fim do lixão, pode ser também a falência da cidade.

Preocupados com esta situação, a comunidade da Estrutural soma suas forças aos quase 3 mil catadores e centenas de fretistas (carroceiros ou não) que tiram sustento na triagem e reciclagem de resíduos sólidos.

Manifestação

Está marcada para esta sexta-feira, 13/1, às 6 horas da manhã, uma caminhada da Estrutural ao Palácio do Buriti. Os quase três mil catadores não aceitam a proposta do GDF de conceder a 900 deles uma bolsa de R$ 300,00. Lembram que a renda média mensal é de R$ 1.500,00.
À manifestação dos catadores somam-se entidades como o Conselho Comunitário da Estrutural, o Movimento Nacional dos Catadores, a Associação Comercial da Estrutural, Associação de Pequenos e Micro Empresários da Estrutural, Conselho de Segurança – Conseg, prefeituras comunitarias, além de igrejas e movimentos sociais.
O temor é que o comércio da Estrutural venha  a ser afetado com a perda de renda dos catadores, que gira na casa de R$ 4 milhões mensais, toda ela consumida na própria localidade.
Além disso, várias empresas de reciclagem, ferro-velhos e assemelhados poderão fechar sem a existência da matéria prima ou se mudar para Samambaia, para ficar mais perto do novo Aterro Sanitário.
Com perda de renda, comércio afetado, o temor é pela geração de mais desemprego e com ele a violência.

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Reivindicações

As entidades já conversaram com o Ministério Público e tentam há mais de um ano serem recebidas pelo governador Rodrigo Rollemberg. Elas cobram do GDF a promessa da construção de 12 galpões de triagem, para onde os catadores e suas cooperativas seriam transferidos para a realização da triagem dos resíduos. Nada disse foi feito e o lixo irá de forma integral para o aterro sanitário de Samambaia.
Enquanto os galpões não são construídos reivindicam que o lixão da Estrutural funcione como uma estação de transbordo e triagem, permitindo o trabalho dos catadores. Somente depois desta triagem é que o lixo iria pra Samambaia.
Reclamam também de compensações sociais.
Querem a implantação de creche, delegacia de polícia e de batalhão da Polícia Militar.

SLU

Repercutindo as informações acima, a Comunicação Social do Serviço de Limpeza Urbana enviou os seguintes esclarecimentos ao blog Brasília, por Chico Sant’Anna:

fluxograma-do-lixoPrimeiro, é importante considerar que os catadores, mesmo em condições melhores de trabalho, como acontece nas usinas de Ceilândia, Brazlândia e L. 4 Sul, conseguem separar de 3 a 5% de material reciclável. Média até superior à do resto do país. No lixão, onde as condições são muito piores, retiram em torno de 1%.

Os volumes de resíduos que irão para o aterro sanitário por dia são os seguintes:  (veja desenho ao lado)

Ceilândia:     450 ton/dia
Sobradinho: 390 ton/dia
Brazlândia: 50 ton/dia
L.4 Sul:  50 ton/dia
Total:  940 ton/dia

Para o Lixão:

Várias cidades: 550 ton/dia (direto, sem passar por outras instalações)
L.4 Sul: 830 ton/dia
Transbordo Gama: 830 ton/dia
Total: 1.760 ton/dia.

O material reciclável  retirado diariamente nas unidades é  o seguinte 

P-Sul: 130
ton/dia compostagem
20 ton/dia: recicláveis secos

Brazlândia
2 ton/dia recicláveis

Sobradinho:
5 ton/dia

L.4 Sul:
20 ton/dia recicláveis