Arte e Natureza à espera do transporte coletivo
Por Chico Sant’Anna
Moradores do Park Way, residentes na Quadra 15 do bairro, decidiram dar um toque diferente nas quatro paradas de ônibus das imediações. Numa feliz união de arte e natureza, as paradas agora retratam a beleza natural existente no bairro, que luta para preservar suas condições ambientais.
Transporte Coletivo não é o forte no Park Way. Apesar de existirem oficialmente diversas linhas na planilha do DFTrans, nem todas elas operam e quando operam nem todas cumprem o itinerário e a freqüência previstos. Há décadas, a comunidade do bairro reclama em vão por este serviço. Com dimensões espaciais grandiosas, a falta de ônibus obriga a caminhadas de até oito quilômetros para pegar um ônibus na EPIA-BR-40. É como quem morasse nas SQS 116 Sul tivesse que caminhar até o Teatro Nacional para pegar a condução. E o pior: na EPIA-BR-40 quatro estações do BRT nunca operaram, obrigando os moradores a pegar diversos ônibus para fazer o mesmo trajeto que o BRT faz. Outra saída é se arriscar nos transportes piratas em ônibus ou moto-taxi, que operam sem problemas.
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Mas a quadra 15 é uma que conta com serviços de transportes. O que faltava eram abrigos de ônibus. “A nossa história começou com a chegada de uma parada de ônibus no início do mês de fevereiro que foi instalada entre os conjuntos 07 e 09. Uma demanda que pleiteamos desde 2015. A quadra 15 tem uma particularidade, metade da quadra é atendia pela estrada DF-055, que começa na quadra 14 e vai até a Vargem Bonita. Este trecho está sob responsabilidade do DER, tem acostamento, calçadas e paradas de ônibus. A outra metade é uma via interna e sua manutenção é responsabilidade da Novacap. Esse trecho que interliga a 15 à quadra 17 e a Vargem Bonita não tem acostamento, calçadas ou abrigos para aguardar o transporte público” – explica a moradora Tércia Guarlberto, uma das mobilizadoras pela vitalização das paradas de ônibus.
Logo a parada ganhou pichação e ficou suja. Foi quando a vizinhança resolveu agir. Duas técnicas foram cogitadas. A primeira, seria em lona de vinil plotada com fotos da riqueza da natureza local, clicadas por moradores da quadra, dentre eles Roberto Hílário, Fernandes da Cruz, Vera Novaes e Beatriz Brasil. A segunda opção era baseada no Grafite. Depois de três dias de debates e um de votação, o grafite venceu com 24 votos contra 16 votos para de fotos com impressão em lona.

O artista grafiteiro escolhido foi Davi Aires, indicado pelo morador Fabio Orlandi e cujos os trabalhos já se espalharam por diversos pontos do Distrito Federal. Mas as imagens das fotos captadas pelos fotógrafos artistas da quadra não foram esquecidos. Elas se transformaram em base de inspiração para as pinturas.
Definida a técnica, faltavam os recursos, estimados em cerca de R$ 2 mil. Os próprios moradores se cotizaram. “Em menos de doze horas mais de 50 moradores se prontificaram em colaborar com uma cota do orçamento realizado envolvendo material, remuneração do artista e logística para realizar o serviço.
“Pretendemos entregar o serviço até os primeiros dias de março. No dia dia 13, comemoramos o aniversário do Park Way em desta forma resolvemos fazer a nossa contribuição como comunidade, e presentear o bairro em seu mês de aniversário com uma repaginação das paradas” conclui Tércia Gualberto.