No DF, de 1970 para 2010, o percentual de mulheres solteiras entre 18 e 24 anos pulou de 59% para 87%.

Na década de 1980, antes mesmo do divórcio ser legalizado no Brasil, o Distrito Federal era a Unidade da Federação com a maior taxa de desquites, proporcionalmente à população. Por isso, naquela época, Brasília era considerada a capital dos desquites. Hoje em dia, pelos dados demográficos disponíveis, poder-se-ia dizer que a cidade é a capital das solteiras.

As mulheres representam 52,19% da população de Brasília, de acordo com dados do censo do IBGE. O Distrito Federal é a segunda unidade da federação com maior percentual de pessoas do sexo feminino — perde apenas para o Rio de Janeiro, onde as mulheres representam 52,31%.

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Aqui no DF, as mulheres estão postergando cada vez mais o casamento. De 1970 para 2010, o percentual de mulheres solteiras entre 18 e 24 anos pulou de 59% para 87%. Esse comportamento tem reflexos também na taxa de fecundidade local. As candangas jestão tendo filhos com idade mais elevada. A constatação é do estudo pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal – Codeplan.

Fertilidade

Esses fenômenos podem ser consequências da presença feminina cada vez maior no mercado de trabalho, o mesmo acontecendo no tempo de estudos e também do crescimento da taxa de mulheres na condição de “chefe de domicílio”.

Outro fenômeno social verificado é a redução da taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma mulher tem dentro do seu período fértil). Em 1970, a média de filhos era de 0,8 entre as mulheres de 18 a 24 anos e de 6,37 entre aquelas com mais de 60 anos. Em 2010, caiu para 0,36, na faixa entre 18 e 24 anos, e 3,84 naquelas com mais de 60 anos.

A maior escolarização, participação ativa do mercado de trabalho, mudanças no estilo de vida e a elevação da idade média com que as mulheres se casam são alguns dos fatores responsáveis por essa tendência.

Os especialistas alertam que as chances de engravidar vão diminuindo conforme o avanço da idade da mulher. Além disso, a gestação tardia exige cuidados especiais. São maiores os índices de pressão alta e diabetes gestacional, de baixo peso e prematuridade do bebê.

Esse quadro também pode agravar problemas de fertilidade. Não são conhecidas as taxas de infertilidade na Capital Federal, mas em todo o Brasil, cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva tem dificuldade para ter filhos.

Para alertar homens e mulheres de todo o Brasil, esse mês de Junho foi definido como sendo o Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade.