Três anos depois de ser inaugurado pela presidente da República, quatro estações do BRT-Sul no Park Way continuam sem operar. Inclusive a que foi palco para a inauguração.

Por Chico Sant’Anna

No dia 13 de junho de 2014, a presidente Dilma Roussef e o ex-governador Agnelo Queiroz, inauguram o serviço de transporte do BRT-Sul. A cerimonia foi na Estação Granja do Ipê, do Park Way. Três anos já se passaram e esta estação e outras três – Catetinho, Quadra 26 e Vargem Bonita – continuam sem funcionar.

Paradoxo: Estações prontas e inoperantes. Passageiros aguardam ao tempo, sem qualquer abrigo, transporte em linhas alternativas. Foto de Chico Sant’Anna

Mesmo com uma linha expressa passando diante dos olhos, moradores e trabalhadores do Park Way ficaram desprovidos de ônibus.

Abandonadas, estações do BRT no Park Way sofrem com a ação de vândalos. Vidros blindex das estações se transformaram em alvos para a prática de tiro-ao-alvo. Foto de Chico Sant’Anna.

Os ônibus do BRT passam e não param. Os usuários do transporte coletivo ficam ao desabrigo, sujeito ao sol, à chuva e à poeira, aguardando as poucas linhas remanescentes. Impossibilitados de se valerem do BRT-Sul, passageiros são obrigados a pegar linhas alternativas que tenham paradas na Via Epia, no Park Way.

Abandonadas, estações do BRT no Park Way sofrem com a ação de vândalos. Sem pegar passageiros, as estações servem de oficinas mecânicas para os ônibus e até estacionamento privilegiado. É igualmente inexistente a acessibilidade para os passageiros, que continuam a usar as velhas linhas de ônibus. A situação piora no período das chuvas. Conforme as fotos abaixo.

Registre-se que além dessas estações que não entraram em operação, um trecho inteiro do projeto original do BRT-Sul nunca foi edificado. Pelo projeto, haveria uma bifurcação nas imediações da Floricultura do Núcleo Bandeirante, com uma perna do trajeto percorrendo a EPIA até a Rodoviária Interestadual e, em seguida, terminando na Estação Asa Sul do Metrô. Neste trecho, somente foi parcialmente erguida uma estação na Candangolândia, no Setor de Postos e Motéis, que se encontra inacabada e igualmente sujeita ao vandalismo.

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Publicado originalmente na coluna BRASÍLIA, POR CHICO SANT’ANNA, no semanário Brasília Capital

Intra-bairro

O problema de Mobilidade Urbana no Park Way não se limita ao BRT. Desde a licitação feita no governo Agnelo para a operação das linhas de ônibus, os moradores e trabalhadores do Park Way sofrem com a falta de transporte coletivo interno ao bairro. Segundo o portal da Administração Regional, deveriam estar em funcionamento nove linhas de ônibus internas. A saber:

  • 119 – N. Band./ Vargem Bonita (Qd. 25)
  • 1 – SMPW (Qd. 14 – Qd. 25) / Núcleo Bandeirante
  • 2 – SMPW (Qd. 14) / Vargem Bonita (Qd. 25)
  • 3 – SMPW (Qd. 14, 26, 27, 28 / Est. Metrô Park Shopping
  • 4 – SMPW (Qd. 07 a 15 / Est. Metrô Park Shopping
  • 5 – SMPW (Qd. 14 – Qd. 25) / V. Cauhy / N. Band / Guará I e II
  • 132 – Laranjeiras / Rodoviária do Plano Piloto
  • 1 – Laranjeiras / Metropolitana / Rodoviária do Plano Piloto
  • 3 – SMPW / São Sebastião / Rodoviária do Plano Piloto
A situação de mobilidade urbana no Park Way foi levada pelo Conselho de Segurança do Park Way e pela Associação dos Moradores e Amigos do Córrego Mato Seco – AMAC-Park Way ao ministério Público. A procuradoria dos Direitos do Cidadão promete cobrar providências do GDF

Ministério Público

Segundo relato dos usuários, apenas uma ou outra linha, das acima citadas, está funcionando, porém sem frequência regular e conhecida. Por vezes com itinerário percorrido pelos ônibus é diferente do previsto e com alterações de preços de tarifas. Destaque-se, que determinadas localidades do Park Way distam mais de 8 km da Via EPIA. A distância é superior ao tamanho da Avenida W.3 Sul. Sem transporte coletivo adequado, se submetem ao transporte pirata, a longas caminhadas, sujeitas a assaltos de marginais.

Toda essa situação foi levada pelo Conselho de Segurança do Park Way e pela Associação dos Moradores e Amigos do Córrego Mato Seco ao ministério Público. A procuradoria dos Direitos do Cidadão promete cobrar providências do GDF.