Poema de Luiz Martins da Silva. Foto de Chico Sant’Anna

Não é de todo instinto,
Quando me sonda,
De longe, pelos bigodes.
Faço o que posso,
O lema, ao meu alcance.

Nariz com nariz,
O meu, vapor.
O dele, molhado,
Cais de estranhamento,
Intimidade de poucos segundos.

E já se vai para um outro meridiano.
A indiferença cartesiana.
Por mais geometria não sabida
Ron-ro-nam, ressonam,
Esses bichanos!

Não está aí,
Se se fecha ou abre
A cortina, o pano.
Se é mês, dia, ano.
Tudo é um todo sem data.

Por vezes, se faz.
Vegetal? Batata?
Fácil ser, num sofá,
Um esparrama,
Ópio das horas.