Poema de Luiz Martins da Silva. Foto de Orlando Brito*
Por aqui, desalento.
Legiões de pios.
Piedade!
Uns querem a Terra.
Os índios protestam:
Não a deles.
Apareceram quantos!
Com quantas cores!
Todas da Pátria!
Esses governantes!
Quando muito, o oliva,
Sobre azul e rosa.
O Exterior quer mais.
Mais e mais, carne, soja…
Minério na sobremesa.
Nuvens não dão emprego.
Ninhadas esquecidas.
Sonhos no chão.
Que ser brasileiro?
Pague ao chefe xerife:
Imposto, taxa, tarifa.
Previdência imprevista
Para a vida que resta;
Para o resto da vida.
Mas a esperança fala.
Mesmo em figuras,
Rimas de Esperanto.
*Acampamento Indígena Terra Livre no olhar de Orlando Brito