
A secretaria de Educação tem que gerir hoje uma megaestrutura de transporte. Existem cerca de 20 contratos com operadores privados de transporte escolar. São 56.844 estudantes transportados em 738 ônibus, que operam 1.657 itinerários diferentes. Ao todo, eles rodam 1.095.421 km por mês.
Por Chico Sant’Anna
Dentre em breve, a TCB, empresa estatal de ônibus do GDF, vai operar todo o transporte escolar da rede pública de ensino. Os tradicionais ônibus amarelões vão entrar em operação à medida em que os contratos com transportadores privados forem vencendo. A informação exclusiva a essa coluna é do secretário de Educação, Rafael Parente. Os entendimentos já estão acontecendo com a secretaria de Mobilidade.
Se efetivamente implantada, a medida vai mexer num vespeiro que sempre teve conotações eleitorais, envolvendo cooperativas e empresas de transporte rodoviários. Em vários momentos, a contratação de transporte escolar foi motivo para barganha política.
Poucos ônibus
O que não está claro ainda é como as secretarias de Educação e e de Mobilidade irão suprir os ônibus necessários a totalizar os 738 veículos. Não há amarelões em quantidade suficiente. A TCB tem ônibus próprio disponível? Novos veículos serão comprados? As respostas ainda não foram dadas.
Megaestrutura
A secretaria de Educação tem que gerir hoje uma megaestrutura de transporte. Existem cerca de 20 contratos com operadores privados de transporte escolar. São 56.844 estudantes transportados em 738 ônibus, que operam 1.657 itinerários diferentes. Ao todo, eles rodam 1.095.421 km por mês. A conta para esse serviço, certamente não é pequena, O GDF desembolsa anualmente R$ 134 milhões. A expectativa é que contratando a TCB haja uma economia da ordem de R$ 26 milhões, cerca de 20% do custo atual. Por outro lado, é uma importante injeção de recursos numa empresa descapitalizada, pois teve suas melhores linhas – como a do Grande Circular – repassadas para a iniciativa privada.

Em 2013, o DF adquiriu 138 ônibus com apoio do programa federal Caminho da Escola. Criado pelo governo Lula, em 2007, o GDF na época comandando por José Roberto Arruda, até 2010, não se valeu do apoio financeiro federal. Nesse ínterim, a União apoiou em todo o país a compra de mais de 12 mil ônibus escolares. Goiás ficou com 60 veículos e Brasília, com nenhum. As compras candangas passaram acontecer apenas na gestão de Agnelo Queiroz. Para 2014, aguardava-se a chegada de mais 200 veículos, totalizando uma frota de 338 coletivos, mas com a mudança de governo, a gestão Rollemberg não efetivou tais compras e o DF perdeu os repasses do FNDE-MEC e ficou sem ônibus.
Durante muito tempo os amarelões ficaram ociosos, estacionados na garagem da TCB. Somente a partir de novembro de 2013, após um trágico acidente que provocou a morte da estudante Giovana Moraes de Oliveira, de seis anos de idade, é que a secretaria de Educação passou a usar parte da frota.
Para mais detalhes, leia:
A partir de um convênio coma própria TCB, 32 ônibus passaram a transportar alunos portadores de necessidades especiais. Os veículos foram adaptados às necessidades das crianças e contavam, além do motorista, de monitor abordo. No governo Rollemberg, o convênio com a TCB foi rompido e os ônibus públicos foram entregues à empresas e cooperativas privadas que passaram a operá-los de forma terceirizada para o governo. A TCB, ainda hoje, cobra da secretaria de Educação pagamentos pelos serviços prestados e não quitados.
Matéria estranha, pois na verdade o atual governo vai extinguir a TCB.
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Não dá pra acreditar… esse governo gosta da terceirização demais!
Ele só fala em privatizar, Temos o hospital de base, as UPAS, ele falou da possibilidade de privatização da CEB, CAESB, METRO. Fica difícil de acreditar que tirará das mãos dos que lucram com esses serviços!
Só esperando pra ver.
POR SERVIÇOS PÚBLICOS DE QUALIDADE PARA TODOS!
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