Por Luiz Martins da Silva. Foto de Chico Sant’Anna
[Para Helena Mendonça – em honra às suas artes florais]
I
Como não acordar, suspiro?
Inspirar, expirar; aqui estar.
Aquietar, que nos acalma.
II
A alma pede a cada dia,
Reconhecer prodígios,
O ar, em si, é um adágio.
III
Toda manhã, um velho senhor,
Ao grande Senhor agradece,
Por ainda fazer rastros.
IV
Atendendo a um propósito.
Mas, capricho, fomos deixados
Bastante longe dos astros.
V
Andar, pensar, flutuar.
Pairar sobre as primaveras.
O amor flui, propaga-se.
VI
Amo pessoas estranhas,
Naturalmente esquisitas.
Místicas, míticas, ocultas.
VII
Jamais por dizer, eu te amo.
Deixem, eu mesmo consulto
As artes divinatórias.