
BRB estuda abrir agência em Corrente, Piauí. A população da cidade é três vezes menor do que Itapoã, no Distrito Federal, que ainda não possui agência do Banco.
Por Diego Amorim, publicado originalmente no O Antagonista
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), esteve em finais de janeiro em Teresina, Piauí, para lançar a candidatura de um emedebista à Prefeitura da cidade. Mas não foi só isso: Ibaneis aproveitou para iniciar as negociações em torno do seu plano de instalar agências do Banco Regional de Brasília (BRB) em cidades do Piauí, incluindo Corrente, onde cresceu e tem fazendas.
Corrente, no sul do estado, é um município de 25 mil habitantes, cujo salário médio é de 1,8 salário mínimo. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total é de 9,9%. A cidade não aparece entre os 10 maiores PIBs do estado. Não se destaca na indústria, nem no comércio ou em serviços. No agronegócio, é apenas o 9º município piauiense com maior valor adicionado bruto.
Perguntamos ao banco que demandas partem do Piauí que possam justificar a existência de agências do BRB naquele estado. Perguntamos também se o banco tem ciência de que Corrente é “berço” do atual governador.
Em nota, o BRB respondeu que “atualmente, o BRB está presente no DF e nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais” e que, “em seu planejamento estratégico, o BRB estabeleceu como diretriz a expansão nacional de suas atividades, a diversificação de sua base de clientes e a digitalização de seu atendimento”. São exatamente os mesmos argumentos da assessoria do governador.

É nesse contexto, segundo o banco e Ibaneis, que está sendo estudada a abertura de agências em outros estados. Na própria nota de resposta ao Antagonista, porém, o banco admite a estreita relação entre os projetos do BRB — ou seriam de Ibaneis? — e o Piauí, onde o governador tem raízes e pretensões políticas.
Segundo a instituição, foi firmada uma parceria com a Federação do Comércio daquele estado para “instalação de escritórios de negócios para prospecção de clientes e a possibilidade do processamento das folhas de pagamento dos empregados vinculados às entidades empresariais e de seus filiados”.
O texto diz também:
“Cabe destacar, ainda, que o BRB firmou parceria com o governo do Estado do Piauí para a oferta de produtos e serviços de crédito em diversas modalidades como financiamento imobiliário, crédito rural e microcrédito, além de captação de recursos junto a investidores institucionais.”
O BRB já pode se chamar Banco Regional do Ibaneis.
Muito estranho o aporte de recursos da população do Distrito Federal e entorno que o BRB está fazendo no Piauí, que, coincidentemente, é o Estado de Nascimento do Governador Ibaneis. A inferência que se faz é que pode estar havendo conflito de interesses pelo possível favorecimento pessoal, a familiares, a amigos, a conterrâneos, pois a Missão do BRB é regional (está na Missão do Banco). O Conselho de Transparência e Controle Social, vinculado à Controladoria Geral do GDF está oficiando o BRB, a própria CG-DF, o TC-DF e o MMDFT a respeito do aporte de recursos desde meados de 2020 e agora em 2021, considerando os PARCOS recursos disponíveis e que deveriam ser aplicados em favor da População distrital e do entorno e estão sendo c arreados para o Estado de Nascimento do Governador, no caso Piauí, desde a abertura de agência naquele Estado, quando deveria priorizar o Distrito Federal e entorno e RIDE e não no Nordeste onde já existem o BNB, FINOR, FNE (Fundo Constitucional), FNDE-Sudene entre outros fundos e agências de Fomento dos estados Nordestino, além do BNDES, CAIXA, BBB etc… O BRB é Regional e deve CANALIZAR os PARCOS recursos captados aqui na região para fomentar nossa região e não investir no estado do Piauí do Governador! É grave e saliente o possível conflito de interesses que precisa ser apurados pela Mídia, pelo MPDFT, pelo Tribunal de Contas e pela própria Controladoria Geral que precisa ser Proativa e não reativa, isto é, deve agir antes e não depois que “inês é morta”! Quem aprovou, dentro do BRB, e a mando de quem tais investimento no Piauí, com recursos captados da população do DF e entorno para o Piauí em detrimento da nossa sofrida economia regional?????
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