Carta aberta para um garoto que morou parte da sua infância no Guará.

 

Por Olavo Denecial de Araújo

 

Caro Júnior, meus parabéns pela sua eleição ao cargo mais importante da nossa cidade, é com orgulho que nós, seus vizinhos dos Conjunto P e R, da QE 15, do Guará II, estamos vendo o seu objetivo alcançado, afinal, graças a Deus, dessa rua, saíram vários e várias cidadãos e cidadãs que ajudam no crescimento da nossa capital. Temos policiais militares, Bombeiros, Jornalistas, empresários, policiais civis, professores, advogados, etc. Ao ver o no seu nome sair vitorioso do pleito eleitoral, tivemos a esperança de que a nossa cidade iria começar uma nova era.

A nossa esperança é que você cuide da Saúde, da Segurança, da Educação, do Esporte com total zelo e concentração que usava para vencer algumas dificuldades que a vida lhe proporcionou. Você foi o primeiro governador a demonstrar preocupação com a pandemia que estava tomando conta do nosso país. Imediatamente fechou as escolas, o comércio, locais onde havia concentrações de pessoas. Foi criticado, mas tempos depois, o seu ato foi visto como o de um visionário, gesto ignorado pelos outros governantes e pelo nosso presidente.

Agora faltava cuidar do nosso esporte, não sei se você lembra, mas um dos seus vizinhos foi um pioneiro no voleibol brasileiro, o Lino, integrante, primeiro, como atleta, depois, fazendo parte da comissão técnica da seleção brasileira. Na nossa quadra existia um time de futebol, o Pratão, onde o seu tio, Narcélio, era um dos conselheiros. Com a sua ajuda, o Pratão foi tricampeão amador de Brasília.

Com a sua eleição, a a expectativa da maioria dos seus colegas, vizinhos do charmoso, conjunto R, era que você desse atenção para os clubes locais, afinal, da nossa cidade saíram vários jogadores de destaque no futebol nacional.

No quadradinho tão falado no mapa brasileiro, já existiam ídolos locais, Ernane Banana, Péricles, Déo, Barão, Niltinho, Zé Maurício. Os times que representavam as cidades satélites eram compostos por moradores delas, meninos que cresceram juntos, jogaram juntos, conquistaram títulos juntos, um dos exemplos é o Sobradinho, bicampeão de Brasília, nos anos de 85/86. O Brasília Esporte Clube “calou” o Estádio Olímpico de Porto Alegre, em 1981, ao vencer o poderoso Grêmio Gaúcho. O Gama foi campeão da segunda divisão brasileira, o Brasiliense foi campeão da terceira, da segunda divisão nacional, além de ser vice-campeão da Copa do Brasil de 2002.

Júnior, você não deve estar entendendo nada o motivo dessa carta. Vou explicar. Ao decidir patrocinar um time de fora, , sem qualquer consulta com a sua cidade, mostrou que não está comprometido com o futebol local e sim com o seu time de coração. Não quero entrar no mérito clubistico, mas ao acertar esse negócio, você fez, o que não conseguiu quando jogava golzinho, ou tentava jogar, um gol. Só que contra.

Abraços

Olavo Denecial de Araújo,
seu ex-vizinho, jogador de golzinho e que ainda continua acreditando no erguimento do futebol de Brasília.

P.S. Júnior era como chamávamos o atual governador de Brasília, Ibaneis Rocha.