Poema e aquarela de Luiz Martins da Silva
I
Faroleiro, que ofício!
A cuidar de fátuos fachos.
Valia, rosa dos ventos
Dos perdidos e das almas.
II
E se abuso é a liberdade,
Louvo o confinamento,
Pois nele me redescubro,
Com algum encantamento.
III
Antes, o apelo era:
Aliviem-me deste ermo.
Agora, próximo de Jó,
Serventia é viver só.
IV
Agora, pelo que sei,
Notícias do continente,
Melhor se faz romaria
O absurdo isolamento.
V
Adeus, mundo cruel,
Não te desejo mais.
E até raiar uma esperança,
Volver é cedo demais.
VI
Guardo, sagrado aceite,
O sacrifício penitente.
Ânsias de um novo mundo
Em clausura de lembranças.
VII
Enquanto viver for sorte,
Encruzilhada, vida ou morte,
Prefiro a paisagem abrupta,
Penhasco da solidão extrema.
Valeu amigo Comunicador Chico Deus abençoe vocês
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POEMA BELO E PROFUNDO
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