Poema de Luiz Martins da Silva. Foto de Chico Sant’Anna
I
Ser ave é voo.
Além de pausa,
Pouso de paz.
II
Ser pássaro é canto,
Na escala do tanto,
De ser antipranto.
III
Ser do céu, é ar
Da graça e unção
Em envergadura.
IV
É saber na distância,
Fagulha de instante,
Onde está o sustento.
V
Mapear território,
Mas, nada de seu.
Cada um, vá com Deus.
VI
Não saber, em si,
Que é louvor das manhãs
E oratório da noite.
VII
Piar, palrar, trinar…
Chiar, estridular chilreios
E, até, inferir estações.
VIII
Menina e menino,
Duo labor no mimo
Do elaborar ninhos.
IX
Aos humanos presta,
Descobrir numa fresta
O instinto que resta.
X
Voar é com as aves.
Voar é dos pássaros.
Mas, nós, asas às imagens.
Belo. Muito.
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