IPCA-15 da capital é o mais alto dos últimos cinco anos. A alimentação foi que mais puxou o aumento da carestia. Preços de hortigranjeiros como cebola (19,00%), batata-inglesa (14,54%), melão (13,36%), banana-prata (11,78%) e brócolis (11,40%) foram os que mais aumentaram. O transporte por aplicativo também pesou no bolso: 33,98%.

Por Chico Sant’Anna, com dados do IBGE

O ano de 2021 não começa muito bem para o orçamento doméstico. O brasiliense deve enfrentar a inflação mais elevada dos últimos cinco anos. O IBGE prevê para janeiro de 2021, em Brasília, uma inflação de 0,33%. É o maior índice para o mês de janeiro desde 2017, quando o IPCA15 de Brasília ficou em 0,57%. Mas se a carestia candanga está severa, muito pior para as principais onze municípios e regiões metropolitanas pesquisados pelo IBGE. A taxa aferida aqui é a mais baixa e ficou abaixo da previsão de 0,65%, para dezembro de 2020. Já a previsão de inflação em nível nacional ficou em 0,78%. No acumulado em 12 meses, o IPCA15 da capital federal registra 3,11%, contra 3,56% registrado para janeiro de 2020, neste mesmo índice.

As despesas com alimentação, artigos para residência e habitação, foram aqueles em que os preços mais aumentaram. Mas a alta da inflação foi, praticamente generalizada, em todos os itens pesquisados. Oito dos nove grupos de produtos e serviços avaliados em Brasília apresentam altas em janeiro, sendo que o grupo alimentação e bebidas registra a maior variação mensal (1,34%).

Em janeiro, o preço da cebola 19,00% mais caro, fez muita gente chorar.

Destaques para altas nos preços dos itens hortaliças e verduras (5,44%) e seus subitens brócolis (11,40%), cheiro-verde (6,52%) e alface (5,01%); óleos e gorduras (4,59%) e seus subitens óleo de soja (4,71%) e azeite de oliva (4,31%); frutas (4,24%) e seus subitens melão (13,36%), banana-prata (11,78%) e melancia (5,01%); tubérculos, raízes e legumes (4,20%) e seus subitens cebola (19,00%) e batata-inglesa (14,54%). Nos destaques das quedas estão os subitens laranja-pera (-4,66%), limão (-3,46%) e tomate (-3,16%). Vale destacar que o IPCA15 do grupo alimentação e bebidas acumula, em 12 meses, uma inflação de 10,54%.

Queda de preços

O único grupo com variação mensal negativa no IPCA15 de janeiro, em Brasília, é o de transportes (-0,99%), principalmente pela previsão de queda no subitem passagem aérea (-29,20%), sendo a menor variação mensal entre todos os subitens investigados. Também, muito pouca gente tem viajado nessa pandemia.

Por outro lado, o subitem transporte por aplicativo tem previsão de 33,98% de alta, sendo a maior variação mensal entre todos os subitens investigados. Já a gasolina tem previsão de 0,42% de aumento.

Para o cálculo do IPCA15, os preços foram coletados no período de 12 de dezembro de 2020 a 14 de janeiro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 11 de dezembro de 2020 (base). Dessa forma, os aumentos da gasolina decretado pela Petrobrás nos dias 18 e 26, e que totalizam 13,4%, não foram computados. Devendo aparecer no próximo índices.

O IPCA-15 afere os gastos padrões de famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.