
Inicialmente, segundo o projeto, a área do parque a ser delimitada definitivamente pelo GDF, representa um território de cerca de 50 hectares. O formato do Parque lembra asas de borboleta, ou um pulmão humano. Ambas as formas, bastante significativas. Entretanto, o distrital abriu a possibilidade de o GDF ampliar essa área e abrigar todo o leito do Córrego do Mato Seco, da sua nascente, próxima ao Catetinho, à foz, na Vargem Bonita.
Por Chico Sant’Anna
A área que abriga as nascentes do Córrego do Mato Seco poderá ser transformada em um Parque Ecológico. O projeto de lei que cria o Parque do Córrego do Mato Seco, envolvendo as áreas verdes internas as quadras 27, 28 e 29 do Park Way, foi proposto pelo vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Rodrigo Delmasso (Republicanos), atendendo à sugestão da direção da Associação dos Moradores e Amigos do Córrego do Mato Seco – Amac Park Way.
Em 2017, quando da realização da segunda audiência pública, em 28/10, para tratar do projeto de lei de Zoneamento Econômico Ecológico – ZEE-DF, a Frente em Defesa do Sitio Histórico de Brasília e do Distrito Federal, que reúne cerca de 22 entidades comunitárias do DF – de Taguatinga ao Lago Norte – expressou o apoio dessas entidades à criação de mais esta unidade de conservação. Também o Fórum das ONGs Ambientalistas do DF e o Conselho de Segurança do Park Way – Conseg Park Way se expressaram favoravelmente ao projeto, cuja proposta foi formalizada, em 2015, ao Governo do Distrito Federal, por meio da Associação dos Moradores e Amigos do Córrego do Mato Seco – AMAC PARK WAY.

Inicialmente, segundo o projeto, a área do parque a ser delimitada definitivamente pelo GDF, representa um território de cerca de 50 hectares. O formato do Parque lembra asas de borboleta, ou um pulmão humano. Ambas as formas, bastante significativas. Entretanto, o distrital abriu a possibilidade de o GDF ampliar essa área e abrigar todo o leito do Córrego do Mato Seco, da sua nascente, próxima ao Catetinho, à foz, na Vargem Bonita.
O Mato Seco, ao lado do córrego do Cedro – que nasce na SMPW quadra 26 – são os dois principais afluentes do Ribeirão do Gama, que desagua no Lago Paranoá. A bacia hídrica Gama-Cabeça do Veado responde, segundo a secretaria de Meio-Ambiente (Sema), por 30% do volume d’água que chega no Lago, hoje também fornecedor de recursos hídricos para consumo humano.
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Estaria formado assim um importante corredor de transição da vida silvestre. Uma característica do Trecho 1 do Park Way – onde estão as quadras de 14 a 29 – é que numa extremidade, ele conta com a vizinhança das unidades de conservação, do IBGE, da Fazenda Água Limpa da UnB e do próprio Jardim Botânico. Na outra ponta, estão os parques do Catetinho, do Córrego da Onça, Lauro Müller e o Luiz Cruls. Não existe um corredor ecológico seguro interligando essas duas pontas. Dessa maneira, os leitos do córregos locais, notadamente os córregos do Cedro e do Mato Seco, afluentes do Ribeirão do Gama, atuam como corredores naturais. Criar esse corredor e proteger o leito dos dois riachos trará também mais segurança aos animais. Recentemente, uma tamanduá-bandeira e seu filhote foram atropelados. Uma semana depois foi o filhote de uma raposa do mato. Não faz muito tempo, uma onça suçuarana também foi vítima do trânsito. Dessa formas, haveria um lugar seguro para eles transitarem, também.

Vale ressaltar que essa região próxima ao Catetinho vem sendo local de reintrodução de animais silvestres por parte das autoridades ambientais. Milhares de aves, mamíferos e répteis já foram devolvidos ao seu habitat natural, repovoando o cerrado local.
O projeto define sete objetivos para o Parque.
I – viabilizar as medidas de proteção à área de sua abrangência, notadamente às águas subterrâneas da região e sobretudo garantir a manutenção do Córrego do Mato Seco, tributário do Ribeirão do Gama;
II – garantir a ligação entre áreas protegidas na forma de corredor ecológico entre a bacia do Lago Paranoá e as nascentes e os córregos localizados na Apa Gama-Cabeça de Veado;
III – proporcionar à população condições para a realização de atividades culturais, educativas e de lazer em contato harmônico com o meio natural, respeitando o Plano de Manejo da unidade;
IV – contribuir na redução da prevalência de sedentarismo e auxiliar na promoção da saúde e bem estar, além de possibilitar o aumento do nível de atividade física dos ativos;
V – desenvolver pesquisas e estudos sobre o ecossistema local e atividades de educação ambiental;
VI – promover a recuperação das áreas degradadas com espécies vegetais nativas da região; e
VII – promover o desenvolvimento e a valorização do ecoturismo.
O projeto ainda determina que o órgão do GDF responsável pelo desenvolvimento territorial e urbano indique uma área em seu interior, compatível com o recebimento de feiras e eventos, fixos ou temporários, relacionados ao meio ambiente, à sustentabilidade, à alimentação saudável e qualidade de vida e a educação ambiental.
Confira aqui a íntegra do projeto de lei de criação do Parque Ecológico do Córrego do Mato Seco
O projeto já está na Comissão de Meio-Ambiente, aguardando a designação de um relator. Uma vez aprovado lá, antes de ir a plenário, deverá ser submetido ainda às comissões de Assunto Fundiário, de Economia, Orçamento e Finanças e a Comissão de Constituição e Justiça. O distrital Rodrigo Delmasso acredita que em agosto ou setembro desse ano, deverá ser votado pelo plenário.
Excelente notícia!!!! Parabéns
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Parabéns pela iniciativa! Acredito que as áreas que devem ser conservadas e sendo classificadas como “PARQUE” estarão muito mais protegidas! Serão protegidas de grileiros e até mesmo do proprio GDF se quiser criar mais terrenos edificáveis.
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Saúdo com imensa alegria este projeto que tem potencial de oferecer proteção ao meio ambiente, preservar a natureza, a água e melhorar a qualidade de vida na nossa cidade.
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