
Como parte das reivindicações, entregadores querem a vacina contra à Covid-19 para a categoria, por entenderem que fazem parte do grupo prioritário que estão em contato direto com outras pessoas no momento das entregas.
Texto e fotos de Talles Rocha Rezende
Não são só os rodoviários que reivindicam entrar no grupo de prioridade para a vacinação contra a Covid-19. Os motoboys também querem mais proteção. Manifestações, nesse sentido, têm ocorrido pelo Distrito Federal, as mais recentes, 30/4, aconteceram em frente aos shoppings JK, em Ceilândia e no Park Shopping. Eles querem melhorias para a categoria. Entre as reivindicações estão a aplicação das vacinas, fim dos “pedidos duplos” e construção de pontos de apoio para abrigá-los.
Os entregadores pedem a aplicação das vacinas, pois entendem fazer parte do grupo prioritário, uma vez que estão em contato direto com muitas pessoas e circulando de um ponto ao outro da cidade. Além de estarem vulneráveis, podem se transformar num vetor de transmissão da Covid-10. Não há, contudo, qualquer resposta por parte do governo Ibaneis Rocha, que alega ser atribuição do Ministério da Saúde a definição de grupos prioritários.
Outra reivindicação dos motoboys é o fim dos “pedidos duplos” por parte das empresas de aplicativo. Para a categoria, são abusivas as normas internas referentes ao pagamento de duas ou mais entregas simultâneas em uma mesma área geográfica. “As empresas de aplicativo não repassam tudo que os motoboys deveriam receber. Se tem duas entregas para a mesma região e cada uma sai por 8 reais, os motoboys deveriam receber 16 reais, porém recebemos apenas 14 reais” – explica um dos entregadores.
Além disso, requerem a construção de abrigos para facilitar e ajudar os entregadores motoboys na hora do descanso. “Em São Paulo, foram construídos pontos de apoio para servirem de abrigo os trabalhadores, porém, aqui em Brasília, não existe nenhum pronto ainda”.
São invisíveis, reiteradamente humilhados pelo empregador, pelo aplicativo, pelo burguês de caráter obscuro que se julga superior. Sempre bati na tecla da maior exposição aos riscos do trânsito, parece que finalmente estão contemplando esta possibilidade fazendo interface com a saúde do trabalhador. Não basta toda a precarização do labor, ainda tem o incremento de uma dupla carga de exposição, desta feita o SARS CoV2. Também não consigo deixar de pensar na “política de emprego”, mete uma CNH social na fuça desta moçada e empurra para o subemprego. Meu querido amigo Chico, como estas questões mexem comigo. Tema super pertinente!
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