
Em seus estudos botânicos Theodor Peckolt e Gustav Peckolt, identificaram potencialidades medicinais dessa espécie e que do pseuda-ananas é possível extrair um suco que em grandes doses tem a propriedade de um energético abortivo e muitas vezes fatal; em pequenas doses, é usado como vermífugo. O suco do fruto, contudo, é descrito como irritante e corrosivo.
Texto e fotos de Chico Sant’Anna
Já ouviu falar no “gravatá de rede”? Que tal “crauatá-de rede”? Também é conhecido por “nana cacaba”, ananás mocho do mato, ou “nanabrava” , ou ainda pseudo – ananás.
A planta chama a atenção desde os tempos dos decobrimentos. Sua folhagem lembra a do abacaxi. As folhas alongadas são dotadas de terríveis espinhos pungentes, voltados uns para a base das folhas e outros para o ápice, de modo a ferir quem tentar colher o fruto.
É uma espécie de planta com flor da família Bromeliaceae. É conhecido como pseudo-ananás, por ser semelhante ao abacaxi, mas não tem coroa. Seu nome científico, Pseudananas sagenarius já revela que é um falso abacaxi. A terminologia provem de sagena ou rede, pois os nativos da América do Sul faziam redes com as fibras de suas folhas. Conta a lenda que o Padre Anchieta aprendeu com os índios a trançar suas alpercatas para usar como calçados. Suas fibras, ainda hoje, são usadas por pescadores para fazer redes e linhas de pesca, no lugar do nylon.

Comum na Bolívia, Equador, Paraguai e no Brasil, onde se faz presente nas Regiões Sul – exceto Rio Grande do Sul; Nordeste, exceto Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba; e Centro-Oeste, inclusive no Distrito Federal, ela é muito utilizada como planta ornamental, seja em jardins ou floreiras. No uso doméstico, é bastante indicada para dificultar ou impedir o trânsito de pessoas onde é plantada.
Em quase todo o Brasil. a planta só tem uma espécime. Em Mato Grosso, contudo, e no Paraguai, foram identificadas cinco espécimes diferentes : minor, missionensis, monâauana, major e robustus.
As folhas da variedade major podem chegar a 2 metros de altura Das folhagem nasce uma espécie de esporão, o sincarpo. Em tom avermelhado, quase neon, o fruto tem forma ovalada e, ao contrário do ananás, não porta a coroa, como acontece com o abacaxi.
A literatura técnica é contraditória quanto ao consumo desse fruto. Há texto que afirma que o fruto não é comestível, outros afirmam o contrário, mas nesse caso, os botânicos alertam que é pouco suculento, o sabor tem um toque ácido acre, de paladar agressivo e pouco agradável. A parte carnosa do fruto tem a cor branca esverdeada.

Potencialidades medicinais
Em seus estudos botânicos Theodor Peckolt e Gustav Peckolt, identificaram que do pseuda-ananas é possível extrair um suco que em grandes doses tem a propriedade de ser um energético abortivo e muitas vezes fatal; em pequenas doses, é usado como vermífugo. O suco do fruto, contudo, é descrito como irritante e corrosivo.
De qualquer maneira, suas flores trazem uma cor bela de chamar a atenção dos apreciadores da natureza.
Referências Bibliográficas
- Das Américas para o Mundo – origem, domesticação e dispersão do abacaxizeiro, de Maraisa Crestani, Rosa Lia Barbieri, Fernando José Hawerroth, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira.
- História das Plantas Úteis e Medicinais do Brasil, de Theodor Peckolt e Gustav Peckolt
- Vida e Utilidade das Bromeliaceas, de Felisberto C. Camargo
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