
Além de um novo presidente para a legenda, o placar das eleições implicará proporcionalmente numa nova composição de forças na direção executiva e no diretório regional do partido. Os novos dirigentes serão responsáveis por liderar o Psol nas eleições de 2022. O documento programático da tese 4 – Psol Popular propõe que o partido amplie o seu enraizamento nas camadas populares e participe com protagonismo das discussões para formação de uma frente de esquerda, no âmbito nacional e no DF.
Por Chico Sant’Anna
Cerca de 2.200 filiados ao Psol-DF foram as urnas nesse mês de agosto para definir em votação interna, secreta e universal, a composição do próximo diretório regional e da próxima direção executiva do partido na Capital Federal. As eleições se deram em dois finais de semana, no início do mês, nas cidades da parte Sul e Sudoeste do Distrito Federal e, nesse final de semana de 28 e 29/8, no restante do DF. O resultado revelou a maior preferência, 43,36%, pela Chapa 4 – Psol Popular, liderada pela ex-deputada Maria José Maninha e pelo ex-candidato ao GDF, Toninho do Psol. Desta forma, haverá uma troca de comando no partido, prevista ainda para o mês de setembro. A chapa 3, do Movimento Esquerda Socialista (39,40% dos votos), liderada pelo atual presidente do Psol-DF, o distrital Fábio Félix, ficou em segundo lugar.
Além de um novo presidente para a legenda, o placar das eleições implicará proporcionalmente numa nova composição de forças na direção executiva e no diretório regional do partido. Os novos dirigentes serão responsáveis por liderar o Psol nas eleições de 2022. O documento programático da tese 4 – Psol Popular propõe que o partido amplie o seu enraizamento nas camadas populares e participe com protagonismo das discussões para formação de uma frente de esquerda, no âmbito nacional e no DF.

Ex-presidente do Psol-DF e um dos líderes da Tese 4, Toninho do Psol; avalia que são grandes os desafios do PSOL, frente à situação política. “Somos oposição a Bolsonaro e a Ibaneis. Nossa tática deve estar centrada nas ações de mobilização e oposição às políticas conservadoras, com a retomada de nossa presença nas ruas, buscando em 2022 eleger uma forte bancada de parlamentares distritais e federais.”
Para o analista político Mellilo Diniz, “a consistência da vibrante democracia interna do Psol-DF demonstra o seu crescimento nos últimos anos, com pluralidade e respeito aos diversos pensamentos. Para as eleições de 2022, o Psol-DF pode repetir o sucesso das últimas participações, além de consolidar um caminho para a esquerda brasiliense”. De outubro de 2020 a abril de 2021, o Psol foi o partido que mais cresceu percentualmente (16%) em filiados e hoje já é o 12º maior partido da capital.
Além dessas duas chapas/teses, outras duas estavam na disputa. A de nº 1 – Psol Semente, que tinha dentre suas lideranças a candidata, em 2018, à deputada federal, Talita Victor; obteve 12,29% dos votos apurados. Já a tese 2 – Luta Socialista, liderada pelo professor Ângelo Balbino, obteve 4,97% dos votos.
Para mais detalhes sobre as eleições e as chapas/tese concorrentes, leia aqui:
Cada uma dessas teses terá um quantitativo de delegados proporcional aos votos obtidos. Esses delegados, no dia 12 de setembro; elegerão as duas instâncias deliberativas: diretório regional, composto por 23 membros, e a direção executiva, 11 dirigentes. As teses poderão atuar conjuntamente e já há informações de que as teses 4 e 1 podem se apresentar de forma conjunta, obtendo assim a maioria de 55,65% dos postos da Executiva e do Diretório.

Para a professora Fátima Sousa, candidata em 2018 ao GDF, integrante da chapa 4, esse momento de definição de rumos e visões internamente ao Psol tem uma singularidade muito importante, tendo em vista a perspectiva das eleições do ano que vem. “A eleição de 2022 é uma eleição completamente diferente, desde o processo de redemocratização do país. “Nela, nós vamos disputar a reconstrução do Estado brasileiro em novas bases. Teremos que reerguer o Estado, rumando-o para um estado democrático de direito onde a democracia é a ferramenta fundamental para essa tarefa. Será uma disputa entre a barbárie e o estado democrático de direito. O Psol é um partido necessário e importante para ajudar a reerguer o Brasil e o DF. Faz se necessário, ainda, que todos os partidos, primordialmente os de esquerda, se comprometa, com essa missão” – diz ela.
Boulos
A vitória da Chapa 4 representa um retorno dos integrantes da tendência Primavera Socialista ao comando do Psol DF. Há três anos, por uma diferença de quatro votos a tendência perdeu o comando do partido, até então na pessoa de Toninho do Psol, para um coletivo de cinco tendências internas, denominado Bloco de Esquerda, que tinha como seu líder máximo o distrital Fabio Félix.
Essas eleições internas do Psol são as primeiras após o ingresso da tendência Revolução Solidária, liderada nacionalmente por Guilherme Boulos e que, na Capital, tem dentre seus nomes Raphael Sebba, candidato a distrital em 2018, Eduardo Borges, do MTST, e Alexandre Varela, um dos fundadores do Psol.
Revolução Solidária e Primavera Socialista formaram a tese vencedora: o Psol Popular no Distrito Federal. A Primavera Socialista, que nacionalmente tem dentre seus expoentes os deputados federais, Ivan Valente e Luiza Erundina, além do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, tem aqui em Brasília nomes como os da professora Fátima Sousa, candidata ao GDF em 2018, do ex-presidente do partido, Toninho do Psol, da ex-deputada e secretária de Saúde, Maria José Maninha, dos candidatos ao Senado em 2018, Marivaldo Pereira e Chico Sant’Anna, e dos candidatos a distritais, Rubens Bias, Ludmila Suaid e Rita Andrade.
Com a definição de seus novos dirigentes, a próxima etapa do Psol DF tendo em vista 2022 é a realização de uma plenária que irá definir se o partido irá lançar candidatos próprios ao GDF e ao Senado, ou se irá compor uma frente partidária.
O PSOL DF está em boas mãos ✋.
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Excelente como todos os seus textos, Chico. Só que esse, carregado de esperança, alegria e força para a luta.
Abraço
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