Talvez em decorrência das medidas de isolamento social, os dados referentes a mortes violentas apontam um declínio. O Distrito Federal, em 2020, teve o menor percentual (3,2%) de mortes não naturais na comparação com os percentuais das outras unidades da federação. Isso é mais vísivel entre jovens. No grupo de 20 a 24 anos de idade a taxa foi de 4,4%, sendo bem inferior à observada em nível nacional que chegou a 9,6%.

Por Chico Sant’Anna

A Pandemia da Covid alterou o ciclo normal da vida no Distrito Federal. De um lado, fez a taxa de natalidade cair no ano passado, de outro, ampliou a mortalidade. No primeiro ano da Covid, nasceram 39.174 brasiliensezinhos, contra 42.244, no ano anterior. A queda, em relação a 2019, foi de 7,27%. Esse é o menor volume de nascimentos no Distrito Federal nos últimos dez anos. Se comparada a 2015 – ano de maior nascimentos na última década -, a redução foi de 14,95%. Se de um lado nasceram menos pessoas em 2020, de outro, morreram bem mais: 16.149 residente no DF foram a óbito em 2020 – desse total a secretaria de Saúde aponta que a Covid foi diretamente a causa mortis de 4.259 pessoas -, o que representa um crescimento de 26,6% (ou 3.397 óbitos) em relação a 2019. Os dados são da pesquisa Estatísticas de Registro Civil do IBGE.

O perfil das mortes no primeiro ano da Covid mudou na Capital Federal. As mortes de natureza violenta decresceram. Em 2020, o Distrito Federal teve aumento de 29% nos óbitos naturais e queda de 25,2% nos óbitos não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc.), em relação aos registros de 2019. O ano passado foi mais cruel para os homens (alta de 29,5%) do que para as mulheres (23,2%). Também foram mais atingidos os idosos. A mortalidade dentre as pessoas com mais de 60 anos cresceu 30,6%. Para as idades abaixo de 20 anos, observou-se redução de 22,9% dos óbitos entre 2019 e 2020.

Talvez em decorrência das medidas de isolamento social, os dados referentes a mortes violentas apontam um declínio. O Distrito Federal, em 2020, teve o menor percentual (3,2%) de mortes não naturais na comparação com os percentuais das outras unidades da federação. Isso é mais vísivel entre jovens. No grupo de 20 a 24 anos de idade a taxa foi de 4,4%, sendo bem inferior à observada em nível nacional que chegou a 9,6%. Na faixa etária de 15 a 24 anos de idade, em termos nacionais, o Distrito Federal teve o menor percentual (28,3%) dos óbitos não naturais, enquanto a Bahia teve o maior (84,1%).

Matrimônios

Outro efeito importante da Pandemia foi a redução de casamentos em Brasília. Comparando-se 2020 com 2019, houve uma queda de 25,6% (15.186 contra 20.410 casamentos realizados). Ainda assim, o DF se apresentou como a segunda Unidade da Federação onde, proporcionalmente, mais se casam no primeiro ano da pandemia. Aqui, a taxa de nupcialidade foi de 6,2 a cada 1.000 pessoas residentes no DF. Perdeu apenas para Rondônia (7,6 por 1.000 habitantes).

A grande maioria, 98,9%, foi de casamentos realizados foram entre cônjuges homens e mulheres (tabela abaixo). Também em relação aos matrimônios homoafetivos, houve queda significativa. O total de 68 matrimônios entre homens, representou uma redução de 48,4%, em relação a 2019. A redução dos casamentos entre mulheres foi ainda maior: 37,1% (93, em 2020, contra 148, em 2019.