Segundo o IBGE, os preços dos produtos aumentaram em todos os grupos. Educação e alimentação se destacam como os setores que mais pesaram no bolso do brasiliense entre meados de janeiro e meados de fevereiro. A alta do IPCA-15 registrada no DF é maior do que a verificada em todo o Brasil. O IPCA-15 aponta um comportamento ros preços. A taxa oficial de inflação, medida pelo IPCA, vai ser conhecida fechado o mês.

Por Chico Sant’Anna

O governador Ibaneis Rocha tem por estratégia construir uma imagem semelhante a de Joaquim Roriz, que governou o Distrito Federal em três gestões. Na alta de custo de vida, ele pode dizer que conseguiu se igualar a Roriz. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, registrou em fevereiro uma taxa de 1,05%, 0,86 ponto percentual acima da registrada no mês anterior. Essa foi a maior alta do IPCA-15 nos últimos dezesseis anos. Desde fevereiro de 2006, quando na gestão de Roriz a inflação subiu 1,20%, não se via uma elevação do custo de vida tão acentuada. Os dados são do IBGE e a taxa candanga ficou bem acima da registrada para todo o Brasil, 0,99%. No andar da carruagem, mantido o mesmo padrão dos últimos 12 meses, o IPCA-15 de Brasília vai ultrapassar a casa dos 10%, no fim do ano. Nesses dois meses iniciais do ano, o indicador já aponta uma alta de 1,24%.

A elevação dos preços foi constatada em todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE em Brasília. A retomada das aulas pesou direto no bolso do brasiliense: 5,37%. Segundo o IBGE, o grupo Educação não registrava uma variação mensal tão alta desde fevereiro de 2016 (6,74%). “Por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, os cursos regulares tiveram alta de 7,02%. As maiores variações vieram do ensino superior (8,28%) e do ensino médio (7,48%), seguidos do ensino fundamental (6,69%), da creche (6,58%) e da pré-escola (5,79%). Destaque também para alta de 7,27% em cursos preparatórios” – destaca o informe do IBGE.

A elevação dos preços foi constatada em todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE em Brasília. Fonte: IBGE.

Embora seja alvo de reclamações cotidiana, os preços dos combustiveis não aparece como os maiores vilôes. O setor Artigo de Residência, que compreende eletrodomésticos, equipamentos domésticos, mobiliário e o Vestuário apresentaram, também variações positivas (2,47% e 2,0%, respectivamente), em relação ao mês de janeiro.

Alimentação

Outro destaque de preços mais caros foi o grupo alimentação e bebidas, com alta de 1,14% em fevereiro. Na comida, os vilões foram os tubérculos, raízes e legumes (4,33%), as maiores altas ficaram com cenoura (57,98%) e a batata-inglesa (19,90%). “Entre as frutas (2,19%), destaque para altas nos preços da melancia (20,19%), do melão (9,49%) e do mamão (7,57%). Outras altas individuais que tiveram destaque nas previsões de fevereiro foram alface (8,20%), bolo (8,03%), contrafilé (6,77%), alcatra (6,72%) e feijão-carioca (6,62%)” – relata o IBGE.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de janeiro a 11 de fevereiro de 2022 e comparados aos vigentes de 14 de dezembro de 2021 a 13 de janeiro de 2022. O indicador refere-se ao custo de vida das famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Pesquisa semelhante é realizada na as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba e Goiânia.