
Sigmund Freud, pai da psicanálise, indicado doze vezes ao prêmio Nobel da Medina, explicava que ato falho surge a partir de “uma verdade instalada no inconsciente”.
Por Chico Sant’Anna
Em um reunião política, dia 30/3, na cidade do Gama, falando a apoiadores, o ex-governador José Roberto Arruda, que está em campo para viabilizar a eleição ao Senado de sua esposa, Flávia Arruda (PL), cogitou o nome dela como governadora do Distrito Federal. Logo em seguida disse ter cometido “um ato falho”.
Arruda fazia um discurso em defesa da união dos gamenses em torno da candidatura a distrital da ex-administradora e professora Maria Antônia, que em 2018 ficou na condição de suplente, pelo Solidariedade,
“Tendo uma deputada na cidade, fica muito mais fácil pra Flávia, como governadora…. ato falho, como senadora” – discursou ele, para o delírio dos presentes.
Desejos ocultos
Sigmund Freud, pai da psicanálise, indicado doze vezes ao prêmio Nobel da Medina, explicava que ato falho surge a partir de “uma verdade instalada no inconsciente”. Seria como desejos ocultos na mente das pessoas, que involuntariamente acabam escapando.
“Os atos falhos diferem do erro comum, pois possuem significado e resultam da formação de um compromisso entre o Inconsciente e o Consciente. São manifestações do que foi reprimido da Consciência e que, deste modo, como um “engano”, podem aparecer, revelando a intenção Inconsciente, e serem satisfeitos. Como expressa o consagrado “sem querer, querendo do personagem Chaves” – explica a psicanalista Sandra Regina Wolffenbüttel.
Damares
Nos bastidores da política brasiliense, os rumores dão conta de que há mesmo uma opção em ter Flávia Arruda candidata ao GDF. Conforme noticiou o semanário Brasília Capital, uma agência de publicidade já preparou o lay-out de peças de campanha tendo o número 22 estampado. “Se fosse para o Senado, teria três dígitos (220 ou 222, por exemplo). Assim, pode não ter sido um “ato falho” do marido dela” – especula o semanário.
Uma eventual mudanças de planos por parte de Flávia Arruda, com ela se colocando na disputa ao Buriti, embalhararia totalmente o cenário eleitoral local, fragilizando a candidatura de Ibaneis Rocha e deixando em aberto a vaga ao Senado. Por isso, há ainda quem comente que Flávia Arruda candidata ao Buriti, seria fruto de uma arquitetura eleitoral do Palácio do Planalto, pra deixar vaga a candidatura ao Senado, para a ex-ministra Damares Alves (Republicanos). E ela não está parada, na sexta-feira 8/4, se reuniu com o Conselho de Pastores do DF, que lhe hipotecou apoio a uma candidatura ao Senado Federal
Delírio
Se Arruda desejasse aferir a receptividade popular do nome da sua esposa para o Buriti, deve ter saido satisfeito do Gama. Na plateia, cerca de 300 pessoas, o “ato falho” de Arruda foi recebido com manifestações simpáticas. “É isso aí, governador”, reagiu um popular, conforme vídeo que circula nas redes sociais.
Nessas mesmas redes, há quem mande Ibaneis Rocha (MDB) “abrir o olho”. Afinal, a política é dinâmica, nada está oficialmente selado, e Flávia Arruda, que hoje seria candidata ao Senado Federal na chapa de Ibaneis pode, quem sabe, optar por uma candidatura própria. Afinal, popularidade e oportunidade, não se deixa pra amanhã e o prazo para registrar as chapas junto à Justiça Eleitoral vai até 5 de agosto.
Veja aqui o vídeo
Rapidinhas da Política
- Quem vai botar ordem na federação PSDB/Cidadania? O senador Izalci Lucas ou a deputada Paula Belmonte?
- Joe Vale (PDT) não saiu no partido ao qual Leila Barros se filiou. Qual será seu destino? Vice de Leila numa chapa puro sangue? Tentar o Senado ou Câmara Federal ou continuará na Malunga?
- A decisão do PT Nacional em cancelar a decisão do diretório local que havia indicado a professora Rosilene Correa pré-candidata ao GDF, deu sobrevida aos projetos de Geraldo Magela (PT) e Leandro Grass(PV)?
- Se sair candidato ao GDF, Paulo Roque (Novo) tira votos de Ibaneis Rocha (MDB) Se sair pro Senado, tira votos de Flávia Arruda (PL). A esquerda aguarda atentamente a decisão do jornalista e advogado.
- Por sinal, muitos candidatos na centro-direita pode favorecer uma candidatura de oposição, tanto ao GDF quanto ao Senado, desde que a esquerda tenha a clarividência se unir.
Se o leitor tiver as respostas para algumas das perguntas acima, deixe sua opinião no espaço de comentários, abaixo.
Esta política do Distrito Federal cada vez mais prova que é um verdadeiro “pastel˜ao”. Panetone em política, afinal, pode ser comparado a um pastelão.
Um cara que foi escarrado da cadeira de governador por, entre outras coisas, ser GRA-VA-DO em VÍ-DE-O recebendo grana, e também ser cuspido da cadeira de senador por atos vergonhosos para um parlamentar, ainda é “seguido” por muita gente, principalmente por aqueles que surfaram enquanto ele era o capitão do barco.
Verdade que um capitão muito ruim, um capitão que bateu o barco nos recifes e naufragou. Ele nem tanto, mas o DF certamente.
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As palavras servem para esconder o pensamento(Freud)
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