Filha e neta de repórteres cinematográficos profissionais, Sofia, aluna do CEF 03 de Sobradinho, já dá os primeiros passos no universo da produção de vídeos.

Há uma década e meia, a TV Comunitária de Brasília, o Canal Cidade Livre, forma crianças, alunas das redes de ensino pública. A capacitação desperta uma vocação profissional e incentiva o debate de temas do cotidiano da garotada.

A TV Comunitária de Brasília – Canal Cidade Livre inova com sua Escola de Mídia. Há mais de quinze anos a emissora comunitária se transformou numa escola de videomakers populares, abrindo uma porta profissional e artística para crianças da rede pública de ensino do Distrito Federal.

No Brasil, existem cerca de 120 TVs Comunitárias. Elas foram criadas a partir da Lei do Cabo, sancionada de janeiro de 1995, que criou a figura dos canais de acesso público, dentre eles, os canais legislativos e as emissoras comunitárias, que devem ser geridas por uma associação sem fins lucrativos. O que diferencia a TV Comunitária de Brasília das co-irmãs em outros estados é a iniciativa de oferecer cursos gratuitos de televisão para crianças, adolescentes, jovens e adultos por meio da Escola de Mídia – TV em Movimento. A grande maioria é moradora das cidades periféricas ao Distrito Federal.

Depois de uma primeira etapa de conhecimentos teóricos, a garotada conhece e opera os equipamentos necessários a operação de vídeo.

Histórico

A capacitação de meninos e meninas começou há mais de 15 anos, quando a sede do canal ainda era no Teatro dos Jornalistas, do Sindicato dos Jornalistas. Os primeiros cursos foram fruto de uma parceria com o grupo Reação, coordenado pelo então professor do Centro de Ensino Médio nº de Sobradinho, Wagner Odara. Ele atuava com alunos egressos de escolas públicas de Sobradinho, Planaltina, Arapoanga e Vale do Amanhecer.

“O professor lotava três ônibus escolar e levava os alunos para o Teatro dos Jornalistas, um espaço para 200 pessoas. Os alunos apreendiam a fazer tevê e a apresentar programas ao vivo” – relembra o atual presidente da TV Comunitária, o jornalista Paulo Miranda.

Nestes anos, as oficinas provocaram muita procura e a tv recebeu alunos de escolas publicas de Recanto das Emas, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia. Quando foi Ponto de Cultura, na gestão do ministro de Cultura, Gilberto Gil, até a Universidade de Brasília foi contemplada com duas oficinas da Escola de Mídia: uma na Antropologia, no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte; e outra no campus de Planaltina, em parceria com a Rádio Utopia.

“Com o fim dos pontos de cultura, o Sindicato dos Professores financiou a Escola de Mídia voltada para crianças 7 a 14 anos de escolas públicas. A Escola fez muito sucesso e chegou a ser agraciada com o primeiro lugar do Prêmio Jornalismo Popular e Sindical Luiz Gushiken” – detalha Miranda.

Em sua nova fase, a Escola de Mídia Comunitária voltou a existir graças a apoio de emendas parlamentares, assignadas pela deputada federal, Erika Kokay (PT). Em 2021, foram realizadas sete oficinas. Este ano já foram quatro, restando outras duas para serem realizadas ate junho.

Com uma ideia na cabeça e um certificado na mão, a garotada adquire o conhecimento de produzir seus vídeos, até mesmo com o celular.

Metodologia

Todas as oficinas têm o mesmo formato, equivalem a 25 horas aula, e são realizadas em duas etapas: uma com material teórico, disponibilizado em apostilas didática e vídeos didátios. Com o advento da pandemia, esse material didático passou a ser enviado, via whattsapp e outras plataformas. A apostila tem dicas de planos e movimentos de câmera, modelos de roteiros de programa e de VT, contextualiza o cenário da tv no Brasil. Os vídeos tratam de dicas de planos e movimentos e da história científica da TV no mundo, desde 1884, ate os dias atuais do mundo digital.

Filmar, editar, apresentar, uma garotada como Maria Eduarda aprende a sétima arte como gente grande.

A segunda etapa acontece de forma presencial, em duas manhãs de aulas, com uma parte acadêmica e outra técnica no estúdio da TV Comunitária, com direito a executar um programa ao vivo, que é transmitido ao vivo, pelo canal 12 na NET-DF e em tempo real pelas redes sociais youtube, instagram e facebook.

Novas turmas

As vagas para as duas próximas oficinas já estão abertas. Para garantir vaga, basta enviar o nome completo, CPF, data de nascimento, telefone, endereço e endereço eletrônico para o whattsapp (061) 99127-0485.

Oficinas dos dias 13 e 14 de maio

As mais recentes oficinas aconteceram nos dias 13 e 14 de maio. Jogos da atualidade, bulling nas escolas, produção e edição de vídeos, machismo nas escolas, K-Pop, Fã Clube do Rock de Taguatinga, a cultura do rock no DF, TV Comunitária e educomunicação foram os temas abordados pelos alunos da quarta Turma da Escola de Mídia – TV em Movimento. A escolha temática é de livre iniciativa dos alunos.

Após a vivência na sede da TV, os alunos encararam o estúdio de transmissão com muita confiança, e enfrentaram todos os desafios de fazer-ser televisão com uma produção hoje à disposição da sociedade pelos links abaixo, que enriquecem a programação da TV Comunitária.

Você pode conferir a produção da garotada nos links abaixo:

Grupo 1 – Tema: Jogos da atualidade

Ficha técnica:

Apresentador: Caio Silva

Entrevistados: Pietro Vinícius, Lucas Almeida, Sebastião Ferreira, Higor Nunes, Arthur Vieira

Grupo 2 – Tema: Bullying

Ficha técnica:

Apresentador: Ana Luiza

Entrevistados: Ana Beatriz, Nathália Sander, Wagner Odara

Grupo 3 – Tema: Produção e edição de vídeos com alunos de audiovisual do IFB Recanto das Emas

Equipe: Nathalia Oliveira, David Cantanhede, João Lucas Araújo e Rafael Teixeira

Grupo 4 – Tema: Machismo nas escolas

Equipe: Isabella Sousa, Maria Paula, Ícaro Gabriel

Grupo 5 – Tema: K-POP

Apresentadora: Anne Eloah

Entrevistados: Henrique Gomes, Mary Oliveira, Lorena Regina, Sophia Santos, Maria Luíza, Sarah Soares

Grupo 6 – Tema: Violência contra a mulher

Apresentadoras: Maria Eduarda e Marina Araújo

Entrevistada: Sofia Palatucci

Grupo 7 – Tema: Fã clube do Rock

Apresentador: Flavio Sheydy

Entrevistados: Wagner Odara e Paulo Miranda