
Há, pelo menos, seis ocupações ilegais no local, inclusive com atividades comerciais. Certos lotes já ganharam muros, portões e placas com endereço. Parte da ciclo-calçada foi até rebaixada para facilitar o acesso de veículos às invasões irregulares.
Por Aldem Bourscheit
A cena antes comum, de centenas de pessoas caminhando sobre o chão poeirento ou até dividindo o asfalto quente com veículos, começou a mudar há alguns meses com a construção de 4 km de ciclo-calçada – misto de calçada e ciclovia – entre a DF-001 e a Estrada São Bartolomeu, no Altiplano Leste.

Os investimentos foram de R$ 450 mil, frutos de emendas parlamentares, além de recursos adicionais do governo distrital. Cerca de vinte mil pessoas, residentes nos condomçinios Mini Chácara e Privê Morada Sul, etapas A e C, foram beneficiadas.
A obra começou a ser executada em março de 2022, mas trechos da ciclo-calçada já estão sendo destruídos pelo entra e sai de carros desde invasões de lotes públicos.
Os veículos trafegam sobre a ciclo-calçada, que não possui resistência para tanto peso.

Há, pelo menos, seis ocupações ilegais no local, inclusive com atividades comerciais. Certos lotes já ganharam muros, portões e placas com endereço. Parte da ciclo-calçada foi até rebaixada para facilitar o acesso de veículos às invasões irregulares.
O Governo do Distrito Federal vistoriou a área em 19 de maio e afirma que “todos os responsáveis por essas casas/invasões foram autuados” e receberam “intimações demolitórias”, para que removam as edificações, conforme informações obtidas via Lei de Acesso à Informação. Todavia, tudo depende de um “procedimento administrativo fiscal cujos prazos são definidos em legislação específica”.
Na prática, uma letargia no processo pode ajudar a consolidar e ampliar as invasões no local e o desperdício de recursos públicos, ainda mais em ano eleitoral. Problemas agudos do país, como déficit de moradia e desigualdade social, merecem soluções urgentes, mas não de qualquer maneira ou em qualquer local.