Por Paulo José Cunha

Tem coração
que anda por aí,
de mão em mão, 
cercado de tropas
em prontidão.

O meu, não.

Tem coração
que exige
reverências,
continências
e salvas de canhão.

O meu, não.

Tem coração
todo orgulhoso,
em pote de ouro
banhado em formol,
exposto à adoração.

(Só que o meu
bate
e ele, não).