
Por Paulo José Cunha
Sim, eu podia calar
e não ligar,
nem me tocar,
e até dizer:
Deixa pra lá,
esquece disso,
que é melhor
não se meter
Mas a boca quer gritar
até a garganta ficar rouca,
dizer que deu,
que já lotou
que derramou.
Tira a mão da minha boca,
me larga, me solta,
que eu quero gritar
minha revolta:
Tira a mão da minha boca, me larga, me solta:
Eu quero meu país de volta!
* Esse poema foi declamado pelo autor por ocasião do Sarau dos Poetas contra o Fascismo, ocorrido em Brasília, em 01/01/2023, por ocasião da Posse do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.