
Poema e foto de Viviane Viana
(Jardim do Nêgo – Nova Friburgo/RJ)
Imperativo lançar vozes
no deserto da fome
que come as pernas da mesa
carteira em que menino devia ter o beabá
imperativo bradar vozes
por todo canto do país
para afoguear barrigas doloridas
prostradas de tanto roncar
indecorosa miséria secular
que produz raquíticos analfabetos
no concreto desdém das cidades
no barro seco do sertão
imperativo FOMEntar pratos cheios
mastigados no rastro de luz
(*) Poema extraído do livro “Cada um sabe onde o poema aperta”, de Viviane Viana.