20151209_100921Poema de Luiz Martins da Silva. Foto de Chico Sant’Anna

 

 

Tanto preciso arrumar,

Arrumar a espinha no rumo;

Arrumar a roupa de amanhã;

Arrumar o quarto, a casa, a vida…

Arrumar o leito da pessoa amada.

 

Preciso arrumar o mundo;

Purificá-lo de tantas vilanias;

Convocar os anjos da guarda,

Mas, pode ser um gato, um cão-guia,

Tantos são os precipícios.

 

Oh! Zelosos de ofício,

Guardem, logo, um expediente:

De inocente fugir do malfeitor;

Do mal não se fazer em Vosso Nome;

Do Mal fracassar desde os seus.

 

Preciso arrumar gavetas;

Preciso arrumar a gravata;

Precisam me achar uma veia;

Preciso encontrar a poesia;

Mesmo quando há aleivosia.

 

Preciso acertar na “mega”;

Mas, pode ser uma senha;

Quem sabe, dobrar a esquina.

Mas, já me resolve um bilhete

Raspadinho, dizendo: “Te amo”.