Poema de Luiz Martins da Silva. Foto de Chico Sant’Anna
Tanto preciso arrumar,
Arrumar a espinha no rumo;
Arrumar a roupa de amanhã;
Arrumar o quarto, a casa, a vida…
Arrumar o leito da pessoa amada.
Preciso arrumar o mundo;
Purificá-lo de tantas vilanias;
Convocar os anjos da guarda,
Mas, pode ser um gato, um cão-guia,
Tantos são os precipícios.
Oh! Zelosos de ofício,
Guardem, logo, um expediente:
De inocente fugir do malfeitor;
Do mal não se fazer em Vosso Nome;
Do Mal fracassar desde os seus.
Preciso arrumar gavetas;
Preciso arrumar a gravata;
Precisam me achar uma veia;
Preciso encontrar a poesia;
Mesmo quando há aleivosia.
Preciso acertar na “mega”;
Mas, pode ser uma senha;
Quem sabe, dobrar a esquina.
Mas, já me resolve um bilhete
Raspadinho, dizendo: “Te amo”.
Prezado Chico, parabéns, pelo poema de perspicaz análise, num misto de reflexão existencial e intimista; também pela bela apresentação fotográfica da página de abertura, da ainda mais bela, a Capital da esperança. Ronaldo Mousinho.
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Lindo! Lindo! Lindo!!!❤️
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Mestre. Um doce apelo à incursão social, pessoal e íntima. Somos um empilhamento de gavetas, por vezes grotescamente arrumadas. Maravilhoso!
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