Fotos de Gabriel Pereira, Ricardo Botelho e Michael Melo/Metrópoles.

Joaquim Roriz Neto, o Rorizinho, faz as contas para assumir a vaga de Luiz Miranda, Mas na hipótese de uma cassação do parlamentar youtuber, as chances são maiores para Laerte Bessa voltar à Câmara Federal.

 

Por Chico Sant’Anna

 

Se o deputado Luís Miranda (DEM) vier a ser cassado por conta das supostas maracutaias cometidas nos EUA, quem tem alguma chance de assumir a sua vaga é Joaquim Roriz Neto (Pros). O neto do ex-governador e filho da já cassada deputada Jaqueline Roriz, precisa que a Justiça Eleitoral condene Miranda por abuso de poder econômico. Nesse caso, seus 65.107 votos de Miranda seriam anulados alterando o cociente eleitoral e um novo cálculo de distribuição de cadeiras seria feito, beneficiando o herdeiro político de Roriz. Se Miranda for cassado, mas a sentença não configurar abuso de poder econômico, quem assume é Laerte Bessa (antigo PR que mudou de nome para PL). Este também tem em seu currículo algumas dores de cabeça com a Justiça, mas é inequivocamente morador de Brasília.

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Publicada originalmente na coluna BRASÍLIA, POR CHICO SANT’ANNA, no semanário Brasília Capital.

Domicilio elástico

Muita gente tem perguntado nas redes sociais como uma pessoa como Luis Miranda, que notoriamente morava nos Estados Unidos e que só chegou à cidade um mês antes das eleições de 2018, pode ter domicilio eleitoral reconhecido. Oficialmente, o domicílio eleitoral de Luís Miranda é no Guará. A lei exige seis meses de domicilio eleitoral. Para surpresa minha e de muitos, o Ministério Público me informa que a Justiça Eleitoral tem um conceito mais flexível para reconhecer a existência de domicílio eleitoral. Segundo a jurisprudência do TSE: “o conceito de domicílio eleitoral é mais elástico do que no Direito Civil e se satisfaz com a demonstração de vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares”. Então está aí a fórmula elástica de você possuir dois domicílios – um em Brasília e outro em Miami – sem ter problemas.