O senador Cristovam Buarque e o presidente do Psol-DF são, segundo pesquisa, os melhores nomes para vencer o petismo e o ririzismo
O senador Cristovam Buarque e o presidente do Psol-DF são, segundo pesquisa, os melhores nomes para vencer o petismo e o rorizismo

Por Chico Sant’Anna

O dia 5 de outubro marcou a primeira freada de arrumação na política local e nacional. Na dança das cadeiras, políticos e potenciais candidatos buscaram se acomodar de maneira mais confortável aos projetos pessoais. Daqui até o fim do primeiro semestre de 2014, quando acontecem as convenções partidárias, os potenciais candidatos vão se articular e buscar as melhores condições eleitorais, seja para presidente, governador, parlamentar federal ou distrital.

Agora, os olhos de todos focam as pesquisas, pesquisas que nem sempre aparecem à opinião pública. Pois como já dizia o ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, o que éruim a gente esconde. E de certa forma, é isso que vem acontecendo no Distrito Federal. As pesquisas que se mostram negativas aos inquilinos do GDF – e a maioria o é – não são divulgadas. Mas elas estão sendo realizadas, porém engavetadas.

pesquisa tab 5A mais recente, foi realizada na primeira quinzena de setembro, pelo instituto Parlamento (clique aqui para ver a íntegra da pesquisa). Dois mil eleitores do Distrito Federal foram consultados e nela, apenas 11,7% consideraram a administração Agnelo/Filippelli boa ou ótima. Mais da metade dos ouvidos, 54,6% consideram o governo local Péssimo ou Ruim.

Toninho do Psol

Por meio de pesquisas, os profissionais da ciência política e do marketing eleitoral procuram antecipar o posicionamento dos cidadãos, criando cenários hipotéticos, mas passíveis de se concretizarem. Nestes cenários, eles analisam como o eleitorado se comporta diante da entrada e saída de candidatos do cenário. A pesquisa mostra que, embora faltando cerca de um ano para as eleições de 2014, um em cada dois brasilienses ainda não decidiu em quem votar para governador.

pesquisa tab 10Embora não tenha a mesma visibilidade dos demais candidatos, pois não tem mandato parlamentar nem está no governo e conta com um espaço na mídia é muito pequeno, quem desponta bem nesta pesquisa é o presidente do Psol-DF, Toninho do Psol, que nas últimas eleições foi o terceiro mais votado.

A pesquisa simulou vários cenários para o GDF. Em um deles, Agnelo Queiroz e seu vice, Tadeu Filippelli, são lançados de forma separada, sem coligação. O divórcio PMDB-PT é altamente positivo para Toninho do Psol, colocando-o em primeiro lugar na preferência dos votos, com 12,55%, seguido por Agnelo Queiroz, com 12,15%; Rodrigo Rollemberg, 7,45%; e Tadeu Filippelli, 6,8%.

Em um segundo cenário, Toninho e Agnelo aparecem literalmente empatados, com 11,9% das preferências eleitorais. São seguidos por Eliana Pedrosa, 10,7% e Rodrigo Rollemberg, 9,5%. Em um cenário, em que Eliana Pedrosa não é candidata e em seu espaço político é lançado o senador Gim Argelo, Agnelo e Toninho apresentam empate técnico. O atual governador possui a preferência de 11,8% dos eleitores e Toninho, 11,6%. Rodrigo Rollemberg sobe para 9,35%e Gim Argelo fica com 7,3%.

O atual governador apresenta melhor desempenho, quando o representante dos partidos de centro-direita é o deputado federal, Luiz Pitman. Nesta hipótese, Agnelo sobre para 20,6%, Toninho do Psol ficaria em segundo, com 12,1% e Pitman 11,55%.

Numa eventual hipótese de Toninho do Psol não ser candidato e em seu lugar aparecer o deputado federal, Reguffe, Joaquim Roriz se apresenta em primeiro lugar com 20,9%, Reguffe, logo depois, com 15,2%, seguido de Arruda, com 11%, e Agnelo, com 8%. Eliana Pedrosa, 5,05%; Tadeu Filippelli, 4,35%, e os senadores Rollemberg e Gim Argelo, empatados com 3,9%, fecham a lista

O ex-governador Cristovam Buarque é o nome potencialmente mais forte. Sendo ele o candidato ao GDF, teria hoje, 11.45% dos votos, contra 9,3%, de Liliane Roriz e 7,45%, de Tadeu Filippelli. Em seguida, técnicamente empatados, Rodrigo Rollemberg e Toninho do Psol, com, respectivamente, 5,8% e 5,7%. Pela ordem, os demais são Gim Argelo, 5,3%; Valmir Campelo, 4,25%; Pitman e Frejat, cada um com 2,9%.

Rejeição

Agnelo Queiroz, José Roberto Arrufa e Joaquim Roriz são, nesta ordem,os três potenciais candidatos que mais rejeição possuem junto ao eleitorado da Capital Federal. Os índices do atual governador e de seus antecessores são, respectivamente, 29,4%, 21,3% e 17,5%

Cenários eleitorais

Os cenários eleitorais servem para balizar as estratégias de campanha e inclusive seleção de candidatos e definição de coligações. Esta pesquisa foi feita antes do surgimento do Pros e do Solidariedade e também da não autorização da Rede de Marina Silva, que se filiou ao PSB.

Os analistas entendem que Marina Silva no PSB fortalece a campanha de Rollemberg, mas os números da pesquisa demonstram que para vencer o rorizismo e a coligação PT/PMDB Cristovam Buarque e Toninho do Psol são os mais indicados.

pesquisa tab 8Os dados também endossam a tese de que o projeto político mais tranqüilo, no momento, é a candidatura de Reguffe para senador. Com uma média de 25% de preferência do eleitorado, ele venceria com folga Gim Argelo, Eliana Pedrosa, Chico Leite, Olair Francisco, Magela, Alberto Fraga e até mesmo o atual vice-governador, Tadeu Filippelli, caso este viesse a querer uma cadeira no Senado.

Assim, se não for adepto às grandes emoções, o projeto de Reguffe deveria ser disputar uma cadeira para o Senado Federal, onde o mandato é de oito anos, e em 2018, sem risco de ficar sem mandato, concorrer ao GDF.

Esta era a fotografia da primeira quinzena de setembro. Cabe agora esperar uma nova pesquisa para conferir se o retrato eleitoral continua o mesmo após as danças das cadeiras.

É esperar para ver.