Queda no custo de vida candango é o maior desde junho de 2003. Preço das passagens aéreas registrou uma das maiores quedas. Mas quem está viajando nesses dias?

Por Chico Sant’Anna

O isolamento social alterou os hábitos da população. Aumentaram os gastos domésticos, em especial com alimentação, e caíram as despesas externas, passeios, lazer, entretenimento, viagens. Tudo isso tem impacto no custo de vida de cada um de nós. Se a inflação de Brasília fosse medida apenas pelos preços dos serviços em saúde e alimentação, os indicadores estariam batendo no teto, mesmo em tempos de pandemia, em que o comércio esteve desaquecido. Levantamento feito pelo IBGE para a apuração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 – IPCA-15, também conhecido por prévia da inflação, mostram que esses dois segmentos, tão necessário nesses períodos, são os responsáveis por apertar o bolso do contribuinte. Entretanto, no somatório de tudo, vai ficar registrado deflação de 0,66% em maio em Brasília. Essa é a menor inflação para a cidade desde junho de 2003, quando foi de -0,83%. A queda candanga no mês foi ligeiramente superior àquela verificada no restante do país (-0,59%).

Pesaram para o registro dessa deflação itens cujo consumo deve ter sido bastante reduzido, tais como o preço das passagens aéreas (-24,58%) e dos combustíveis (-9,23%). Com isolamento social obrigatório foi menor o volume de gente nas ruas, o que não dizer, viajando para outras paragens. Ao todo, o grupo transportes apresentou oscilação negativa (-4,28%).

Aquilo que o consumidor não pôde abrir mão, comida e remédios, tiveram os preços majorados entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio. Houve variação positiva de preços dos grupos alimentação e bebidas (0,57%), e saúde (0,63%). O item “tubérculos, raízes e legumes” observou aumento de 6,76%; cereais, de 4,39%; e leites e derivados, de 3,41%. O preço das carnes, no entanto, caíram 3,11%. Na área da saúde, houve aumento no subgrupo “produtos farmacêuticos e óticos” (1,51%) e “serviços de saúde” (0,52%). Dentre os últimos, destacam-se os itens “plano de saúde” (0,6%) e “serviços laboratoriais e hospitalares” (0,62%).