A ideia de batizar a estação, antes denominada simplesmente Qd 26 – embora duas outras estações também estivessem defronte à quadra 26 do bairro -, nasceu de uma sugestão da Associação dos Moradores e Amigos da Região do Córrego do Mato Seco – AMAC- PARK WAY enviada ao deputado distrital, Leandro Grass – Rede, ainda no início da legislatura e do mandato dele, em 2019.

 

Por Chico Sant’Anna

Quase ao término dos 60 anos de Brasília, a cidade homenageia um de seus criadores. A Estação do BRT-Sul localizada na Epia, frente à Quadra 26 do Park Way, agora se chama Estação Casa de Niemeyer. A parada fica próxima à residência projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e doada à Universidade de Brasília, na qual funciona um espaço cultural. A mudança de nome se deve a aprovação, em dezembro passado, pela Câmara Legislativa do PL 341/2019, de autoria do deputado Leandro Grass – Rede. Com apoio da unanimidade dos distritais, o projeto virou a lei nº 6.792/2021, após a sanção, dia 26/1, pelo governador Ibaneis Rocha.

A ideia de batizar a estação, até então denominada Qd 26 – embora duas outras estações também estivessem defronte à quadra 26 do bairro -, nasceu de uma sugestão da Associação dos Moradores e Amigos da Região do Córrego do Mato Seco – AMAC- PARK WAY enviada ao deputado distrital, Leandro Grass – Rede, ainda no início da legislatura e do mandato dele, em 2019 – conforme registrou à época esse blog.

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Em sua justificativa, Leandro Grass informa que a proposta visa assegurar a denominação da Estação do BRT Sul a um local histórico e turístico do Distrito Federal e assim identificar para qualquer cidadão que aquela estação é a parada para quem deseja visitar aquele espaço cultural

Foram quase dois anos de tramitação, passando pela relatoria dos deputados Roosevelt Villela – PSB, na Comissão de Constituição e Justiça; e Reginaldo Veras – PDT, na Comissão de Educação, Saúde e Cultura, até que a sugestão da comunidade virasse lei.

Em seu relatório, Reginaldo Veras salienta que a proposição vai ao encontro das boas práticas adotadas por grandes cidades em matéria de mobilidade e turismo. “Ao identificar a estação em alusão a um local de interesse turístico nas proximidades, o projeto não apenas facilita a locomoção de quem se dirige à Casa de Niemeyer, como também propicia o interesse em conhecê-la por parte daqueles que frequentam diariamente o transporte público na região” – relata ele

E foi exatamente esse o sentido da sugestão feita pela AMAC-Park Way. Na verdade, a entidade expressou seu desejo de que a estação seja uma extensão do espaço cultural Casa de Niemeyer. “É Assim na estação do Louvre, no Metrô de Paris. O espaço interno da estação é todo decorado com elementos culturais que fazem referência ao Museu” – expressou a época a associação.

No Park Way, todas as estações do BRTSul – que liga o Plano Piloto às cidades do Gama e Santa Maria – possuem nomes alusivos a pontos geográficos referenciais. Assim, a primeira parada de quem vem do Plano Piloto, é denominada Floricultura – pois lá havia um mercado de flores, já desconstituído e transferido para as imediações do Balão do Aeroporto -; a segunda estação é a Vargem Bonita, em decorrência do acesso àquela localidade no interior do Park Way. O ideal é que nessa parada fossem feita integração com o ônibus que se dirige à Vargem Bonita, mas isso acontece na estação Floricultura.

As duas últimas estações foram nominadas de Granja do Ipê e de Catetinho. Somente uma das estações, a que fica nas imediações da Quadra 26, conjunto 03, casa 07, recebeu o nome genérico de Quadra 26 (a terceira de quem vem do Plano Piloto). Esse é o endereço da Casa de Niemeyer e daí a sugestão feita da nova denominação. Por outro lado, a denominação Quadra 26 podia confundir o usuário do BRT que se destina àquela quadra, pois três estações ficam distribuídas ao longo da mesma.

É dentro da Casa de Niemeyer que funciona outra instituição da Universidade de Brasília, a Casa da Cultura da América Latina. O local pode se transformar num importante ponto turístico de Brasília, bem como num espaço cultural diferente daqueles que Brasília está acostumada a conhecer. A denominação da Estação de Casa de Niemeyer é, pois, mais do que uma homenagem merecidíssima ao arquiteto Oscar Niemeyer, como também um facilitador para turistas e apreciadores da cultura. Importante agora que o GDF altere as placas de identificação. E a secretaria da Cultura poderia aproveitar e fazer da estação uma exposição permanente do grande mestre da arquitetura moderna.