Construída no Park Way, Paróquia da Sagrada Família evoca os espíritos de Oscar Niemeyer. “Aqui, temos uma influência muito forte da própria arquitetura da cidade, principalmente em como a paisagem participa da arquitetura como um elementos de composição. Vemos muito isso em algumas obras do Oscar Niemeyer e é algo que está presente nas nossas reflexões” – avalia o arquiteto Eder Alencar.
Artigo de Laura Raffs. Fotos de Joana Franca. Publicado originalmente em expresso.arq
Pensada para conversar com a paisagem urbana e natural de Brasília, a Paróquia da Sagrada Família evoca os espíritos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, grandes nomes da arquitetura brasileira e responsáveis pelo projeto da capital.
Assinada pelos arquitetos Eder Alencar e André Velloso, da ARQBR Arquitetura e Urbanismo, e com coautoria da arquiteta e urbanista Luciana Saboia, o espaço começou a ser construído em 2017, sendo concluído em 2022.
Localizada entre as quadras 26 e 27, às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento, no Park Way, bairro de Brasília, os primeiros esboços da igreja foram feitos por Eder Alencar em 2012, quando apresentou um estudo preliminar a convite da direção da Paróquia da Sagrada Família, que mais tarde promoveu um concurso e elegeu o projeto de Alencar como vencedor.
“Aqui, temos uma influência muito forte da própria arquitetura da cidade, principalmente em como a paisagem participa da arquitetura como um elementos de composição. Vemos muito isso em algumas obras do Oscar Niemeyer e é algo que está presente nas nossas reflexões. Então, buscamos traduzir isso nos nossos projetos”, explica o arquiteto Eder Alencar, da ARQBR Arquitetura e Urbanismo.
A construção é composta por três edificações: a igreja em si, um anexo, onde ficam salas de catequese e a parte administrativa, e a casa paroquial.
“Buscamos relacionar os conceitos de natureza, espiritualidade e comunidade no projeto, pois são dimensões que consideramos importantes quando falamos de arquitetura sacra”, comenta Alencar.
Formato circular
A igreja possui um formato circular, que almeja criar uma ideia de união e acolhimento, além de aproximar os fiéis do altar. Seu interior com paredes de madeira é cercado por claraboias, que trazem luz natural ao ambiente. Com formas puras e simples, o projeto da sede da Paróquia da Sagrada Família apresenta aspectos do modernismo.
Capela
O edifício abriga, ainda, uma capela subterrânea – ambos espaços são conectados ao longo e linear anexo, cuja fachada é sombreada por brise-soleil de concreto.
“Continuidade da paisagem”
O projeto também se comunica com a paisagem natural através da horizontalidade, iluminação natural e elementos que permitem a contemplação da natureza. “Ao mesmo tempo que sua arquitetura é um elemento novo, ela se coloca como uma continuidade da paisagem”, diz Alencar.
A Paróquia da Sagrada Família também funciona como um abrigo para as pessoas ou viajantes que passam pelo local, servindo como um espaço de acolhimento e refúgio do dia a dia agitado.
“Relacionamos esses três elementos para criar uma atmosfera de natureza sagrada, onde as pessoas possam se conectar com essa dimensão”, destaca.
Como é bom saber que o espírito de Niemeyer, um grande arquiteto e grande ateu —ou seria ele agnóstico?— continua a sobreviver na Brasília do século XXI.
Então, viva Oscar Neiemyer! Viva o seu espírito! Um viva a Brasília!
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Que bela obra!!! Todo o DNA do MELHOR da Arquitetura brasileira!!! Parabéns, Eder Alencar e equipe, inclusive a fabulosa professora Luciana Sabóia, orgulho da FAUUnB!!!
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Que obra linda!
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Dia do Ferroviário.
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Simples e bela: Iluminada
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