honestino-foto-maeFaleceu na quarta-feira, 19/9/2012, Maria da Rosa Monteiro, aos 84 anos, mãe do do líder estudantil desaparecido Honestino Guimarães, duas vezes presidente da União Nacional dos Estudantes – UNE, entre 1969 a 1973. Honestino, estudante de Geologia na Universidade de Brasília – tendo obtido o 1º lugar no vestibular que o selecionou -, foi preso, torturado e morto.

Rosa Monteiro denunciou na década de 70 as violações contra direitos humanos perpetradas pela ditadura militar. Dedicou sua vida a esclarecer a morte do filho e lançou o livro “Honestino, o bom da amizade é a não cobrança”.

Quando integrante da bancada da Câmara Legislativa do Distrito Federal, a então deputada distrital, Maria José Maninha, hoje no Psol, – contemporânea de movimento estudantil de Honestino – chegou a apresentar projeto de lei alterando a denominação da ponte Presidente Médici para ponte Honestino Guimarães. A Câmara Legislativa, no entanto, deixou o projeto trancado nas gavetas.

Honestino, nascido em 28 de março de 1947 em Itaberaí, pequena cidade de Goiás, foi presidente da Federação dos Estudantes Universitários. No dia 15 de agosto de 1968, o coronel Murilo Rodrigues de Souza, encarregado do IPM do movimento estudantil, comunicou a decretação da prisão preventiva de sete estudantes, dentre eles, Honestino Monteiro Guimarães.

Na ocasião, segundo relata a ex-deputada Maninha, sob a alegação de cumprir o mandato de prisão dos alunos, em uma operação conjunta entre a Polícia do Exército, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Política (DOPS), a Universidade de Brasília foi violentamente invadida.

“Honestino Guimarães foi preso novamente no Rio de Janeiro no dia 10 de outubro de 1973, após cinco anos de clandestinidade, sua família teria então de enfrentar uma cruel jornada em busca de informações sobre seu paradeiro. O jovem idealista engrossou a lista de “desaparecidos”, vítimas de um sistema intolerante e reacionário que não teve a coragem de assumir sua estupidez.

Somente em dezembro de 1995, com a publicação da lei 9.140, na qual o governo brasileiro reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1960 a 15 de agosto de 1979, cessou a busca da família de Honestino.”

Dona Rosa parte sem ter conseguido encontrar os restos mortais de seu filho. Para ela, a Comissão da Verdade chegou tarde. Agora, talvez, ela consiga reencontrar seu filho Honestino em outra dimensão.

O corpo de Dona Rosa será velado a partir de 9h desta sexta-feira (21/9), na capela 6 e seu sepultamento será, às 17:30hs no cemitério Campo da Esperança, em Brasília.