No Park Way, as matas ciliares do Córrego do Mato Seco estão sendo devastadas por uma invasão que avança a cada dia.

Pode ser no Park Way, na Estrutural ou em Planaltina, de um lado a outro do quadradinho, grileiros agem sem cerimônia.

 

Por Chico Sant’Anna

Na Era Ibaneis, a Farra dos Lotes demonstra ter ganho ainda mais força. As palavras do governador Ibaneis durante a Campanha eleitoral, prometendo reconstruir casas erguidas em áreas de proteção ambiental, de extinguir a Agefis, dentre outras promessas, parecem ter dado ainda mais força a grilagem de terra no Distrito Federal.

Pode ser no Park Way, na Estrutural ou em Planaltina, de um lado a outro do quadradinho, grileiros agem sem cerimônia.

 

Park Way

Escondida nas matas ciliares do Córrego do Mato Seco começa a ser erguida uma comunidade. A invasão não parece ser de pessoas de baixa renda e os lotes irregularmente demarcados são de grande dimensão. A água é captada também de foma ilegal do Córrego do Mato Seco.

Desde o início do governo Rollemberg a comunidade do Park Way reivindica a transformação da calha do Mato Seco em um Parque Ambiental. Suas nascentes também são agredidas pela grilagem.

O local está inserido na APA Gama-Cabeça do Veado, mas pelos menos uns cinco barracos de diferentes ocupantes já foram erguidos. Aos poucos vai desaparecendo a densa mata que protege o Córrego – um dos principais afluentes do Ribeirão do Gama, que por sua vez é tributário do Lago Paranoá.

A invasão fere o Código Florestal, coloca em risco a capacidade hídrica do Mato Seco e também da fauna e da flora local. Desde o início do governo Rollemberg a comunidade do Park Way reivindica a transformação da calha do Mato Seco em um Parque Ambiental. Suas nascentes, também agredidas pela grilagem, se localizam próximo ao Catetinho, entre as quadras 27 e 28 do bairro. As autoridades ambientais do governo passado reconheceram a importância de se criar o Parque, mas de concreto, nada fizeram.

Para saber mais sobre a proposta do Parque do Córrego do Mato Seco, leia:

Park Way: área invadida pode se transformar em Parque Ambiental

Publicada originalmente na coluna BRASÍLIA, POR CHICO SANT’ANNA, no semanário Brasília Capital.

Planaltina

Do outro lado do DF, na Área de Proteção Ambiental São Bartolomeu, em Planaltina, uma das maiores invasões em curso já contabiliza 1,4 mil famílias. O São Bartolomeu ainda é uma das opções futuras de abastecimento d’água do DF. Corumbá 4 pode atender a demanda por uns 20 a 30 anos, segundo os técnicos. Nessa Apa, as construções irregulares avançam sem timidez. Por lá, os tratores avançam sem dó sobre as árvores e vegetação original do cerrado. A Polícia autuou os tratoristas, mas sequer confiscou as máquinas. Ruas são abertas, energia é puxada e as autoridades parecem atônitas, pois não impedem essa agressão ambiental e roubo do patrimônio público imobiliário do DF.

Em apenas um dia ressurgiu uma nova invasão na área chamada Santa Luzia, abrigando pelo menos 300 famílias. A área é a mesma que a Justiça determinou ao GDF a desocupação, pois é muito próxima ao Parque Nacional de Brasília.

Estrutural

No domingo, 13/1 – como noticiamos aqui com exclusividade – , em apenas um dia ressurgiu uma nova invasão na área chamada Santa Luzia. Pelo menos 300 famílias levantaram barracos em uma área onde a Justiça determinou ao GDF a desocupação, pois é muito próxima ao Parque Nacional de Brasília, onde se situa a Água Mineral. Empresários da Cidade dos Automóveis se mostram apreensivos. Informações preliminares apontam que no comando dessa ação estaria um ex-candidato a deputado distrital, que não teve êxito nas eleições passadas. Ele seria muito próximo da vice-governadoria do DF.

Para mais detalhes sobre essa invasão na Estrutural, leia:

A secretaria das Cidades, comandada pelo advogado Everardo Gueiros, está ciente do que está acontecendo – o próprio secretário esteve no local -, mas, até o fechamento dessa edição, nem a Agefis, nem o Ibram, nem a Polícia Militar tinham se feito presente no local da invasão. A jornal Brasília Capital, o secretário informou que solicitou a esses três órgãos e também à Policia Civil que montem uma força tarefa para evitar a proliferação das invasões.