Terminando o governo, a atual gestão fala novamente em lançar outro edital, ainda até julho. A obra levaria, pelo menos, três anos de execução. Ou seja, pode se esperar para o período pré-eleições de 2026 a inauguração – ou a cobrança da não execução da obra. Até lá, os avanços na mobilidade urbana serão semelhantes ao trânsito da capital: lento e cheio de engarrafamentos. As empresas de ônibus agradecem, ainda mais com subsídios anuais da ordem de R$ 1 bilhão.

Por Chico Sant’Anna

A propaganda do Governo do Distrito Federal, nesse período pré-eleitoral, propaga a existência de mais de mil obras oficiais em execução. Uma tentativa de se construir uma imagem para Ibaneis Rocha semelhante às que foram construídas para Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Há adversários que afirmam estar o GDF contabilizando até reforma de lavatório. O certo, contudo, é que grandes obras estruturantes como o metrô e o VLT, não avançaram nos últimos quatro anos. Promessas de campanha do então candidato Ibaneis Rocha ficaram no papel e o metrô não avançou um milímetro sequer.

Considerado tronco principal da mobilidade urbana no Distrito Federal, o metrô, para ter concluída a sua linha básica, precisa chegar até à Expansão de Samambaia, ao Setor O, da Ceilândia, e ao extremo da Asa Norte. São poucos, porém estruturantes quilômetros, que precisam ser concluídos para que haja uma potencialização máxima da mobilidade sobre trilhos, se reduza os engarrafamentos e que os passageiros tenham mais conforto. A estação do Setor O, por exemplo, possibilitaria integração de passageiros provenientes de Águas Lindas de Goiás.

Samambaia

Em Samambaia, o projeto prevê 3,671 km de duas linhas paralelas, duas novas estações: uma na Quadra 111 e outra na 117 e inclui, ainda, a construção de três viadutos, sendo dois rodoviários e um metroviário. Com a ampliação do transporte sobre trilhos nessa cidade, o governo estima atender 10 mil pessoas a mais por dia e retirar das ruas, em especial ao longo da EPNB, que liga Samambaia ao Plano Piloto; de três a quatro mil veículos em circulação. Ampliaria também a rentabilidade da Cia do Metrô, que hoje transporta cerca de 120.000 usuários/dia. Antes da pandemia, a demanda era de 180.000 usuários/dia

Mas o projeto se arrasta governo atrás governo e parece que a sina vai se repetir no atual. E não foi por falta de dinheiro que essa ampliação não aconteceu. Desde 2009, no governo de Arruda, o governo federal alocou verbas para o metrô e também para o VLT.

Em setembro de 2018, o governo Rollemberg chegou a lançar um edital, no valor de R$ 123 milhões, para a execução da obra. O Tribunal de Contas embargou o edital e o liberou só no ano passado.

Em dezembro passado, a secretaria de Mobilidade voltou a falar na retomada das obras, porém o custo apontado pulara para R$ 505 milhões. Mesmo assim, garante o GDF, há recursos federais suficientes.

Terminando o governo, a atual gestão fala novamente em lançar outro edital, ainda até julho. A obra levaria, pelo menos, três anos de execução. Ou seja, pode se esperar para o período pré-eleições de 2026 a inauguração – ou a cobrança da não execução da obra.

Até lá, os avanços na mobilidade urbana serão semelhantes ao trânsito da capital: lento e cheio de engarrafamentos. As empresas de ônibus agradecem, ainda mais com subsídios anuais da ordem de R$ 1 bilhão.