A informalidade no Distrito Federal no 2º trimestre de 2022, representou 31,2% das pessoas ocupadas. Comparando-se com o trimestre anterior, houve um aumento de 0,9 ponto percentual. Já em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o acréscimo foi de 0,6 ponto percentual.

Por Chico Sant’Anna

A informalidade cresce a olhos vistos no Distrito Federal. A falta de registro envolve tanto empregados, quanto empresários e autônomos. Nem mesmo o registro de Micro Empreendedor Individual – MEI, vem conseguindo evitar essa trágica realidade. O total de pessoas na economia informal (no sub-emprego e no sub-empreendedorismo) atinge 491 mil moradores do Distrito Federal. Os dados são do IBGE, que acaba de divulgar a PNAD Contínua – 2º trimestre 2022.

Oficialmente, o nível de desemprego – que agora é denominado Taxa de Desocupação, face ao incremento da falta de vínculos formais de trabalho –   recuou, de 13,2% para 11,5%, entre o segundo e o primeiro trimestre do ano. Mas essa taxa de desocupação maqueia a realidade, pois ela considera não desempregado uma pessoa que faz bicos rotineiros, se vira vendendo comida, frutas, saco de pano nas esquinas e outras “ocupações” consideradas pelos economistas no passado como sub-empregados.

Em Brasília, no segundo trimestre do ano, o total de empregadores precarizados, sem registro no CNPJ, era de 19 mil, 2,71 vezes maior do que no primeiro trimestre

Empregador informal

Trabalhador com emprego informal, sem carteira assinada, já era uma triste realidade no Brasil e em Brasília. Entretanto, cresce agora na Capital Federal o volume de empregadores que não são formais. Em Brasília, no segundo trimestre do ano, o total de empregadores precarizados, sem registro no CNPJ, era de 19 mil, 2,71 vezes maior do que no primeiro trimestre e 1,72 vez a quantidade aferida no mesmo período do ano passado.

São empresas informais, biroscas, food-trucks, oficinas mecânicas, cantinas, floriculturas, produtores de quentinha, serviços de entrega, reparos elétricos e hidráulicos… a amplitude de ramos de atuação é infinidade. Em comum são estabelcimentos com chefe, supervisor, empregados, mas que não existem formalmente, estão sem registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Assim, tanto elas, quantos seus titulares, quanto seus empregados estão todos desprotegidos na economia informal. Os empregadores não obtém as facilidades fiscais e creditícias que uma empresa regular tem direito. Não assinam carteira, não recolhem previdência, não pagam tributos. Perdem todos, inclusive as finanças públicas do DF, que vê reduzida sua receita de ICMS e ISS.

A informalidade no Distrito Federal no 2º trimestre de 2022, representou 31,2% das pessoas ocupadas. Comparando-se com o trimestre anterior, houve um aumento de 0,9 ponto percentual. Foto de Chico Sant'Anna.

Trabalho informal

No mesmo período do ano, os trabalhadores sem carteira assinada totalizavam 166 mil empregados no setor privado e 57 mil trabalhadores doméstico. Totalizando 223 mil profissionais, que ainda devem ser acrescidos aos 13 mil trabalhadores familiares auxiliares e 237 mil trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ.

O volume de 166 mil pessoas sem carteira de trabalho assinada representa um aumento de 31 mil pessoas que caíram na informalidade (23,0% em relação ao mesmo período do ano anterior).

A informalidade no Distrito Federal no 2º trimestre de 2022, representou 31,2% das pessoas ocupadas. Comparando-se com o trimestre anterior, houve um aumento de 0,9 ponto percentual. Já em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o acréscimo foi de 0,6 p.p.