Com base em Diogo Ramalho – Jornalista do Jornal O Miraculoso

Com as chuvas que caíram recentemente em Brasília, brotou no Setor Noroeste uma enorme cratera. Ela é fruto da ação de desmatamento e escavação realizada pelas construtoras Emplavi, Brasal e João Fortes Engenharia dentro da Terra Indígena Fazenda Bananal.

Este enorme piscinão – que pode se transformar em mais um foco de transmissão da Dengue, só se mostrou possível graças à atuação do governador Agnelo Queiroz, que descumprindo ordens judiciais emitidas pelo Tribunal Regional Federal, ordenou, em 10/11, que a Polícia Militar, com um efetivo de 800 homens, fosse ao local garantir (com muita violência) a abertura das escavações.

Resultado: o cerrado perdeu sua cobertura natural, as escavações das empreiteiras suspensas pela justiça, deram lugar a um imenso buraco, para onde as chuvas estão carreando dejetos e até resíduos fecais.

O Buraco mede cerca de10 metrosde profundidade, por20 metrosde largura e uns 40 de cumprimento. As escavações deixaram exposta a tubulação de esgoto que passa pelo local. Com as chuvas, a tubulação se rompeu. E os dejetos estão ficando retidos nesta imensa piscina de esgoto, foco potencial de diversas endemias. Para algumas lideranças indígenas o rompimento foi premeditado – “uma ação encomendada”, no intuito de inviabilizar ainda mais a presença indígena e a recuperação da área.

Biólogos que estiveram no local na tarde de terça-feira, 22/11, a pedido da tribo Fulni-ô, estimam que o vazamento causará danos incalculáveis aos lençóis freáticos da região, que serão contaminados. Ele explica ainda que o Setor Noroeste encontra-se sob a área Tampão de Brasília, em cima de um dos aqüíferos mais importantes do país. Para ele a contaminação pode inclusive comprometer o abastecimento de água da Capital Federal.

O esgoto está prestes a transbordar e com isso infectará a mata nativa ao redor. E com isso, se transforma também em foco de doenças como hepatite. O cheiro do esgoto já pode ser sentido no núcleo do Santuário dos Pajés, há cerca de 300 metros do local. Nenhuma das empresas citadas se responsabilizou pelo buraco e pelo rompimento da rede de esgoto. Autoridades sanitárias e ambientais, também não se fizeram presente para avaliar os danos.

Pelo visto, o Noroeste, que se dizia ser um “Bairro Ecológico” um “Bairro Verde”, está dando uma mostra a que realmente veio !